Manifestações proibidas e prisão para quem perturbe eleições na Venezuela
O Governo venezuelano proibiu hoje a realização de manifestações a partir de sexta-feira e advertiu sobre penas de prisão de cinco a dez anos para quem perturbe as eleições da Assembleia Constituinte, agendadas para domingo.
© Lusa
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A proibição foi anunciada pelo ministro venezuelano do Interior e Justiça, Néstor Reverol, e entra em vigor no mesmo dia em que a oposição pretende realizar uma "tomada" simbólica da cidade de Caracas, contra a Assembleia Constituinte promovida pelo Chefe de Estado.
"Proíbe-se, em todo o território nacional, as reuniões e manifestações públicas, concentrações de pessoas e qualquer outro ato similar que possa perturbar ou afetar o normal desenvolvimento do processo eleitoral", disse, através da televisão estatal venezuelana.
Segundo Néstor Reverol "quem organizar, sustenha, ou instigue à realização de atividades dirigidas a perturbar a organização e funcionamento do serviço eleitoral ou da vida social do país será penalizado com prisão de cinco a dez anos".
"Vamos ter, em todo o território, ativos, 96 pontos para denúncias sobre delitos eleitorais", frisou.
Anunciou que está proibida também a venda de bebidas alcoólicas e artifícios pirotécnicos, assim como o porte de armas.
Segundo o ministro 142.000 funcionários dos organismos de segurança estão a ser distribuídos pelo país, para cuidar dos centros eleitorais e as Forças Armadas vão ativar várias zonas de proteção especial temporária, entre as 00:01 horas de sexta-feira, até às 23:50 horas da terça-feira, 01 de agosto.
Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 01 de abril último, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.
Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro.
A oposição insiste que a Constituinte acabará com os restos de democracia que existe no país e que será usada pelo Governo para submeter aos interesses cubanos e avançar com um regime comunista ao estilo de Cuba.
Pelo menos 103 pessoas morreram, desde abril, no âmbito dos protestos.
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