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Grenfell: "Há motivos para se suspeitar de homícidio"
Morreram pelo menos 80 pessoas no incêndio na torre de Grenfell.
© Getty Images
Mundo Londres
A polícia britânica que investigou o incêndio na torre de Grenfell concluiu que há "motivos razoáveis" para suspeitar que o município local e o Kensington e Chelsea Tenant Management Organisation (KCTMO), organismo público encarregado da administração dos apartamentos sociais, possam ter cometido homicídio corporativo, notícia o jornal The Independent.
Estas duas organizações irão ser formalmente interrogados no decorrer da investigação criminal à tragédia que matou, pelo menos, 80 pessoas.
Uma "avaliação inicial" do material apreendido e das declarações de testemunhas permitiu que a polícia chegasse à conclusão de que cada uma destas organizações possa ter cometido um crime, dizia um comunicado entregue aos afetados pelo incêndio.
Nas cartas enviadas pela polícia, os investigadores encarregados do inquérito explicam que "existem motivos razoáveis para suspeitar que as duas entidades cometeram o crime de homicídio".
Citam, nomeadamente, "uma enorme quantidade de material recuperado e numerosos testemunhos recolhidos" para justificar as suspeitas, acrescentando que os visados deverão ser ouvidos em breve. O balanço do incêndio, que ocorreu a 14 de junho e destruiu totalmente a torre, de 24 andares, é de pelo menos 80 mortos, mas poderá ainda subir, porque continuam pessoas dadas como desaparecidas.
Os habitantes responsabilizaram o revestimento recentemente colocado no imóvel - composto por alumínio e plástico - como o grande propulsionador das chamas, iniciadas num frigorífico.
Hoje, familiares de algumas das vítimas realizaram uma cerimónia para recordar aqueles que perderam no incêndio: "Era um lugar feliz, e agora parece uma zona de guerra, sangrenta, cheia de esqueletos, e das vozes silenciosas que nunca mais serão ouvidas", disse Adelaide Mendy, tia de uma das vítimas, segundo a agência PA
A polícia já havia também chegado à conclusão de que o incêndio tinha começado num frigorífico e que a própria cobertura do edíficio havia falhado nos testes de segurança. Os próprios inquilinos já tinham denunciado a falta de condições de segurança do edifício, denúncias essas que 'caíram em saco roto'.
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