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Quatro antigos juízes condenados a prisão perpétua na Argentina

Quatro antigos juízes federais argentinos foram condenados na quarta-feira a prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a última ditadura no país, numa condenação considerada histórica por organizações de defesa dos direitos humanos.

Quatro antigos juízes condenados a prisão perpétua na Argentina
Notícias ao Minuto

07:25 - 27/07/17 por Lusa

Mundo Justiça

O tribunal da província de Mendoza, cerca de mil quilómetros a oeste de Buenos Aires, condenou Rolando Carrizo, Guillermo Petra Recabarren, Luis Miret e Otilio Romano por participação direta em raptos, tortura e assassínios durante a ditadura militar de 1976-1983.

Os antigos juízes foram julgados por não terem investigado pedidos de habeas corpus apresentados pelos familiares de dissidentes desaparecidos durante 1976-1983.

De acordo com organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos, 30 mil pessoas foram assassinadas pelo regime. Oficialmente, o número de mortos ronda os oito mil.

No início do julgamento em 2014, o tribunal aceitou um pedido do Ministério Público para mudar a acusação contra os quatro juízes, de cúmplices para autores dos crimes, sob o argumento de que a inação daqueles magistrados perante as denúncias antecedeu o desaparecimento de mais de 20 dissidentes.

Na rede de mensagens instantâneas Twitter, a organização Filhos e Filhas pela Identidade e Justiça contra o Esquecimento e o Silêncio escreveu: "HISTÓRICO: elementos da corporação judicial do terrorismo de Estado condenados a perpétua".

Outras organizações como as Avós da Praça de Maio manifestaram também satisfação pela sentença, já que há um par de anos que exigem o julgamento dos cúmplices civis do governo militar argentino da época.

A sentença do tribunal de Mendoza não foi a primeira de um funcionário do poder judicial, mas adquiriu relevância por o número de condenados e as funções que desempenharam até há pouco tempo.

Romano pertenceu à Câmara Federal de Mendoza até ser destituído em 2011. Fugiu para o Chile, de onde foi extraditado em 2013.

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