Confrontos entre manifestantes e polícia em Marrocos fazem vários feridos
Um manifestante em coma foi hoje hospitalizado após violentos confrontos entre forças policiais e manifestantes em Al-Hoceima, norte de Marrocos, que provocaram dezenas de feridos, indiciaram as autoridades locais.
© Reuters
Mundo Marrocos
O manifestante foi hospitalizado devido a um ferimento na cabeça "provocado pelo lançamento de pedras", precisaram os mesmos responsáveis citados pela agência oficial MAP, que também anunciaram a abertura de um inquérito "para elucidar este incidente".
Segundo a agência noticiosa marroquina, a vítima foi retirada de helicóptero para um hospital de Rabat.
Al-Hoceima e diversas localidades vizinhas, situadas na região historicamente rebelde do Rif, são desde há nove meses palco de um movimento de contestação, cujos principais líderes estão detidos desde o final de maio.
Os simpatizantes do "Hirak", a designação local deste movimento que denuncia a marginalização da região, apelaram a um grande desfile de protesto na quinta-feira para exigir a libertação dos seus companheiros detidos, apesar da proibição das autoridades e da presença de um forte dispositivo policial.
Logo após o início destas ações de protesto, as forças policiais desencadearam uma ação repressiva destinada a dispersar as concentrações, com o uso de granadas de gás lacrimogéneo.
Em diversos pontos da cidade de Al-Hoceima e localidades vizinhas houve lançamentos de pedras que se prolongaram durante a noite, referiu uma equipa da agência noticiosa France-Presse (AFP) no local.
Após um primeiro balanço oficial, os confrontos terão provocado 72 feridos entre as forças policiais e 11 entre os manifestantes.
Dois policias em "estado grave" foram transportados para Rabat, segundo as autoridades marroquinas, que referiram terem sido feridos na cabeça "após o lançamento de pedras por certos manifestantes".
Fontes locais referiram que a polícia prendeu na quinta-feira cerca de dez pessoas, incluindo Hamid El Mahdaoui, um jornalista e ativista marroquino, suspeito de ter "convidado pessoas a participarem numa manifestação proibida".
O presidente da secção local da Associação marroquina dos direitos humanos (AMDH), Mustapha Allach, lamentou à AFP os "importantes obstáculos às liberdades" e uma cidade "em estado de sítio", referindo-se a "numerosas detenções".
Contactado pela AFP, o ministério do Interior marroquino não reagiu no imediato.
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