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China impede iniciativas em honra do dissidente Liu Xiaobo

A China está a impedir iniciativas em honra do dissidente chinês Liu Xiaobo, que morreu na semana passada, impondo várias restrições aos ativistas que querem prestar homenagem ao Nobel da Paz, denunciaram hoje alguns dos visados.

China impede iniciativas em honra do dissidente Liu Xiaobo
Notícias ao Minuto

14:13 - 19/07/17 por Lusa

Mundo Nobel

Em declarações à agência noticiosa espanhola EFE, alguns ativistas afirmaram que as autoridades chinesas estão a recorrer a prisões domiciliárias ou a "viagens forçadas" para tentar impedir a realização de cerimónias de homenagem a Liu Xiaobo.

Hoje cumpre-se o sétimo dia após a morte do dissidente chinês. Segundo a tradição chinesa, esta é uma data especial e é comum a realização de cerimónias especiais, mas, segundo o relato de vários ativistas, o regime chinês tomou medidas de forma a evitar qualquer ato que lembre Liu Xiaobo.

O ativista Hu Jia, um amigo próximo de Liu Xiaobo e que tem estado sob vigilância policial, contou que outros amigos oriundos de Xangai (leste) e de Dalian (cidade costeira no nordeste chinês) foram levados para esquadras da polícia depois de terem publicado mensagens na Internet sobre o Nobel da Paz ou de terem organizado uma oferenda de flores.

Hu Jia acrescentou que neste momento as cidades chinesas com mais vigilância são Dalian, onde a família de Liu Xiaobo espalhou as suas cinzas no mar, e Pequim, onde a organização Freedom for Liu Xiaobo Action Group agendou para hoje uma cerimónia em memória do dissidente.

Liu Xiaobo, primeiro chinês a ser distinguido com o Nobel da Paz (2010), morreu no passado dia 13 de julho num hospital de Shenyang, nordeste da China, vítima de cancro do fígado.

O dissidente, que cumpria há mais de oito anos uma pena de 11 por "subversão", foi libertado condicionalmente no final de maio da prisão, dias depois de lhe ter sido diagnosticado o cancro em fase terminal, e transferido para o hospital.

Outro elemento próximo de Liu Xiaobo, o poeta e escritor Ye Du, relatou também em declarações à EFE que foi forçado pelas autoridades a viajar para não estar perto de um local costeiro em que poderia prestar uma última homenagem ao dissidente.

Questionado sobre este assunto, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, afirmou hoje que "o governo chinês e os organismos estatais sempre protegeram os direitos legítimos e interesses dos cidadãos chineses com base na lei", acrescentando que "qualquer cidadão deve cumprir a lei".

Sete dias após a morte de Liu Xiaobo, muitos destes ativistas lembram também a viúva do dissidente, Liu Xia, colocada em prisão domiciliária sem qualquer acusação pouco tempo depois de o marido ter sido distinguido em 2010 com o Nobel da Paz.

Não existem informações sobre Liu Xia desde a morte do seu marido.

Amigos próximos de Liu Xia denunciam que a viúva de Liu Xiaobo continua sob vigilância policial, enquanto o regime chinês insiste que ela é uma cidadã livre e que está apenas "a proteger" os seus direitos.

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