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"Histeria colectiva" terá atingido trabalhadores no Bangladesh

Centenas de trabalhadores fabris da indústria do vestuário que adoeceram nas últimas semanas no Bangladesh poderão ter sido atingidos por uma misteriosa doença descrita como um tipo de “histeria colectiva”, indicaram hoje as autoridades.

"Histeria colectiva" terá atingido trabalhadores no Bangladesh
Notícias ao Minuto

16:28 - 18/06/13 por Lusa

Mundo Vestuário

Os trabalhadores de várias fábricas de roupa começaram a queixar-se de dores de estômago e vómitos, levando as autoridades a suspeitar inicialmente que o consumo de água contaminada no local de trabalho seria a causa.

Mas os médicos e os microbiólogos que investigaram a doença afirmaram não ter encontrado nada de errado na água disponível para consumo numa das fábricas onde cerca de 600 trabalhadores adoeceram no início deste mês.

Em vez disso, uma equipa do Instituto de Epidemiologia, Controlo de Doenças e Investigação (IECDI) do país suspeita de uma doença conhecida como “histeria coletiva” que afetou o país há cerca de oito anos e obrigou ao encerramento de dezenas de escolas e fábricas.

“A água da Starlight Sweaters continha contaminantes normais”, disse o diretor do IECDI, Mahmudur Rahman, à agência de notícias francesa AFP, referindo-se à fábrica em que 600 trabalhadores ficaram doentes.

“Suspeitamos que seja uma doença psicogénica coletiva ou histeria coletiva, que afeta pessoas pertencentes a um mesmo grupo. Isto acontece a pessoas mental e fisicamente vulneráveis”, sublinhou.

A doença parece ser altamente contagiosa – assim que um ou dois trabalhadores ficam doentes, outros são imediatamente atingidos por sintomas semelhantes, indicou o responsável do IECDI, acrescentando que condições atmosféricas de calor extremo contribuem para a sua vulnerabilidade.

“Este tipo de doença pode ser desencadeado por grandes acontecimentos ou tragédias. Isto é óbvio, porque a tragédia do Rana Plaza e a subsequente denúncia das más condições de trabalho nas nossas fábricas causaram o pânico nos trabalhadores do setor do vestuário”, comentou Rahman.

Pelo menos 1.129 pessoas morreram numa das mais graves tragédias industriais quando o Rana Plaza, um complexo de nove andares onde funcionavam cinco fábricas de vestuário, ruiu em abril, nos arredores da capital do Bangladesh.

O desastre, juntamente com uma série de incêndios mortais, reforçou as preocupações com os graves problemas de segurança existentes na multimilionária indústria do vestuário do Bangladesh, na qual 4.500 fábricas empregam mais de três milhões de trabalhadores, 805 dos quais são mulheres.

Rahman teme que mais trabalhadores fabris possam adoecer com “ataques de pânico” ligados à doença psicogénica coletiva, “a menos que haja aconselhamento para eles e garantias de que os padrões de segurança serão melhorados”.

Cerca de 2.000 estudantes e trabalhadores foram afetados pela doença em dezenas de escolas e fábricas desde que ela foi identificada pela primeira vez, em agosto de 2005, de acordo com estatísticas do IECDI.

Uma fábrica foi encerrada em Chittagong, cidade portuária do sul do país, em junho de 2010, depois de 700 trabalhadores se terem queixado de dores de estômago agudas, desmaios e vómitos, que os médicos atribuíram àquela doença.

As autoridades encerraram pelo menos quatro escolas um mês depois no distrito de Jessore, no sudoeste do país, depois de cerca de 100 alunos terem adoecido.

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