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Arranca julgamento de ex-dirigentes da operadora de Fukushima

Três antigos dirigentes da operadora da central nuclear de Fukushima Daiichi começaram hoje a ser julgados em Tóquio por alegada negligência no âmbito do desastre que devastou a costa noroeste do Japão há mais de seis anos.

Arranca julgamento de ex-dirigentes da operadora de Fukushima
Notícias ao Minuto

05:55 - 30/06/17 por Lusa

Mundo Central nuclear

Este é o primeiro processo penal relacionado com a tragédia provocada pelo forte sismo seguido de 'tsunami' de 11 de março de 2011.

O então presidente da Tokyo Electric Power (TEPCO) Tsunehisa Katsumata, de 77 anos, e os ex-vices-presidentes Sakae Muto e Ichiro Takekuro, de 66 e 71 anos, respetivamente, são acusados de negligência profissional, seis anos depois daquele que foi o pior acidente nuclear civil desde Chernobyl (Ucrânia), em 1986.

O julgamento deve demorar mais de um ano.

Cerca de cem queixosos, incluindo mais de 40 procedentes de Fukushima, deslocaram-se a Tóquio para o julgamento há muito aguardado pelas vítimas.

Os três ex-dirigentes foram formalmente acusados em fevereiro de 2016 por não terem tomado as medidas necessárias e/ou suficientes apesar de estarem cientes do risco de ocorrência de um 'tsunami' pelo menos dois anos antes de ter acontecido.

Nessa altura, os três declararam-se não culpados, sob o argumento de que era impossível prever a dimensão do 'tsunami' que devastou a costa nordeste do Japão e desencadeou o acidente nuclear, segundo os meios de comunicação social locais.

As acusações de que são alvo encontram-se relacionadas com a morte de pessoas, já doentes, que viviam perto da central e foram retiradas precipitadamente da zona e acabaram por falecer.

Essas operações de evacuação conduzidas de urgência, sem preparação, causaram em concreto a morte de 44 pessoas no hospital de Futaba, e ferimentos em 13 militares e funcionários da TEPCO.

Os três ex-dirigentes da TEPCO vão ser levados à justiça em conformidade com a decisão tomada por um painel especial composto por cidadãos comuns, que defendeu que deviam ser alvo de um processo-crime.

O Ministério Público tinha recusado, por duas vezes, apresentar acusação, citando a insuficiência de provas e a baixa probabilidade de condenação.

O maremoto de 11 de março de 2011 fez 18.500 vítimas mortais, mas o desastre nuclear não é apontado como tendo sido a causa direta de morte de ninguém.

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