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Partidos surpreendidos com ausência de Juan Carlos de cerimónia oficial

A maior parte dos partidos políticos espanhóis manifestou a sua surpresa pela ausência, na quarta-feira, do rei Juan Carlos na cerimónia oficial de homenagem ao 40.º aniversário das primeiras eleições democráticas em Espanha.

Partidos surpreendidos com ausência de Juan Carlos de cerimónia oficial
Notícias ao Minuto

14:42 - 29/06/17 por Lusa

Mundo Espanha

O pai do atual rei Felipe VI é considerado uma figura central no processo de transição democrática espanhol que inclui a realização, em 15 de junho de 1977, das primeiras eleições em liberdade.

As críticas vieram inclusivamente do Partido Popular (PP, de direita), com o seu porta-voz no Congresso dos Deputados (parlamento), Rafael Hernando, a considerar que o monarca "deveria ter estado fisicamente" e que "ninguém entende" a sua ausência.

O líder da coligação de extrema-esquerda Unidos Podemos, Pablo Iglesias, também manifestou a sua incompreensão pela ausência de Juan Carlos: "Com todas as pessoas que estiveram aqui e tratando-se de alguém que ainda está vivo, teria tido todo o sentido do mundo" a sua participação na homenagem, disse.

O ex-líder do parlamento e atual presidente da Comissão Constitucional, Jesús Posada (PP), admitiu que teria gostado da presença do pai do atual rei na quarta-feira, porque ele foi "o artífice da transição" e o país não estaria a comemorar a data se Juan Carlos não tivesse defendido o processo democrático.

A nova porta-voz do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) no parlamento, Margarita Robles, afirmou que respeitava a decisão da Casa Real e a ausência de Juan Carlos e sublinhou que o importante foi a homenagem feita aos que permitiram a transição democrática.

Por seu lado, o presidente do partido liberal Cidadãos, Albert Rivera, numa entrevista a uma estação de rádio também manifestou a sua incompreensão pela ausência de Juan Carlos e considerou que a sua presença teria sido apropriada.

Depois da morte do ditador Francisco Franco em 1975, o pai de Felipe VI conseguiu realizar a transição pacífica do regime franquista para a democracia parlamentar, gerando o consenso entre os diversos partidos políticos e com uma grande popularidade entre os espanhóis.

No entanto, uma série de incidentes durante o seu reinado levaram a que dois terços dos espanhóis desejassem que o rei Juan Carlos abdicasse do trono, o que aconteceu em junho de 2014.

Os espanhóis não perdoaram o último escândalo de Juan Carlos que, no meio de uma situação económica difícil, em 2012, fez uma viagem a África para caçar elefantes, sendo ele próprio presidente de honra da organização ambiental Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês).

A partir de 15 de junho de 1977 começou o processo de construção do atual sistema democrático, com a redação de uma nova constituição que a 06 de dezembro de 1978 foi aprovada em referendo.

A União do Centro Democrático (UCD), uma coligação de democratas-cristãos, liberais e reformadores vindos do franquismo, liderados pelo então primeiro-ministro, Adolfo Suárez, ganhou as eleições de 1977 com 34,4% dos votos e 165 deputados, a 11 da maioria absoluta.

O PSOE de Felipe González foi a grande surpresa, com 118 lugares, içando a bandeira da esquerda em detrimento do Partido Comunista Espanhol (PCE) de Santiago Carrillo, que só conseguiu 20 deputados, quatro mais do que a Aliança Popular (AP) de Manuel Fraga.

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