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Com dois anos, assistiu ao homicídio da mãe. Agora conta como superou

Alex Hanscombe, agora com 27 anos, viu a mãe ser assassinada com 49 facadas.

Com dois anos, assistiu ao homicídio da mãe. Agora conta como superou
Notícias ao Minuto

11:57 - 27/06/17 por Inês André de Figueiredo

Mundo Reino Unido

O homicídio da modelo Rachel Nickell, em julho de 1992, chocou o Reino Unido. Hoje, 25 anos passados, o filho Alex Hanscombe, que tinha dois anos na altura e é a única testemunha do crime, cedeu uma entrevista à BBC onde falou sobre o caso.

“Mais do que tudo, lembro-me da forma como pedi à minha mãe para que se levantasse. Logo percebi que ela tinha ido embora e não voltaria mais”, começou por dizer ao programa ‘Woman’s Hour’.

O menino, apesar de ter apenas dois anos no momento do crime, lembra-se do homicida a lavar as mãos sujas de sangue num riacho próximo, depois de esfaquear a mãe 49 vezes.

A investigação durou vários anos, mas a polícia só encontrou uma solução muitos anos depois. No primeiro mês após o crime, foram detidos 14 suspeitos que acabaram por ser libertados. No ano seguinte, Colin Stagg foi acusado, mas acabou por ser dado como inocente no julgamento.

O verdadeiro assassino só foi preso 16 anos após o crime, chama-se Robert Napper, sofre de esquizofrenia e já havia sido condenado por violação e homicídio. O homem está internado num hospital psiquiátrico de segurança máxima.

O filho da modelo acabou por ir viver para França com o pai, devido à mediatização do caso e mais tarde mudaram-se para Espanha. A segurança do menino foi sempre o principal objetivo, já que a criança era a única testemunha do violento crime.

Alex conta que, na altura, sofria muito com tudo o que o fazia lembrar do crime, inclusive quando via pessoas parecidas com o homicida da mãe. “Durante o dia, eu brincava como se nada tivesse acontecido. Mas, à noite, era atormentado durante o sono. Tive pesadelos horríveis vários anos (...) e passei por um processo gradual de mudanças”, recorda.

O jovem acredita que “tudo tem uma razão para acontecer, mesmo que nem sempre sejamos capazes de entender” e mostrou que, apesar do sofrimento, superou tudo a que assistiu no parque londrino.

“Fizeram muitas alegações sobre mim. Disseram que eu jamais voltaria a falar, que iria morar debaixo da ponte ou mesmo repetir o mesmo ciclo de violência (que vitimou Nickell). Mas faz parte da vida criar o nosso próprio caminho”, frisou.

Em relação à sua mãe, Alex garante que se recorda do seu “cheiro, sorriso e presença”, mas “mais do que coisas específicas”, lembra-se “do sentimento de amor”.

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