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Incêndios em Espanha são combatidos por força profissional

O combate aos grandes incêndios florestais em Espanha é feito com bombeiros profissionais, altamente especializados, que avançam de helicóptero, rapidamente, para os fogos que ocorram em qualquer parte do território peninsular, disse à Lusa um especialista.

Incêndios em Espanha são combatidos por força profissional
Notícias ao Minuto

15:01 - 23/06/17 por Lusa

Mundo Especialista

"Para os pequenos fogos florestais ou nas cidades, os meios municipais são normalmente suficientes, mas para os grandes fogos é essencial outro tipo de meios", defendeu José Ramón González Pan, vogal do Colégio de Engenheiros Florestais, em declarações à agência Lusa.

Para este especialista em incêndios florestais, mesmo nos piores momentos da crise económica, a partir de 2009, a Espanha nunca cortou nas despesas de combate aos fogos, apesar do mesmo não ter acontecido no que diz respeito à prevenção.

"Este foi um aspeto chave na evolução do combate aos incêndios", afirma Ramón González Pan, insistindo que "nunca faltou dinheiro para os meios humanos e materiais de combate" aos incêndios.

Em Espanha, o combate aos incêndios é uma atividade descentralizada, com cada uma das Comunidades Autónomas (regiões) a organizar-se da forma que quiser.

Umas dessas comunidades têm um departamento florestal com responsabilidades na prevenção e na extinção de fogos, enquanto outras têm centrais de emergência que acodem a qualquer tipo de emergência (incêndios, inundações, desastre rodoviários, ferroviários, entre outros).

"Os bombeiros regionais, profissionais na sua maioria, resolvem a maior parte dos casos", afirmou José Ramón González Pan.

Mas quando a dimensão do sinistro é maior ou não há meios locais suficientes, a Comunidade Autónoma (região) aciona os meios dependentes do Ministério da Agricultura, as Brigadas de Reforço de Incêndios Florestais (BRIF), forças especiais que são a elite do combate aos fogos, com mais de 60 meios aéreos e cerca de 1.000 profissionais altamente treinados.

"Quase sempre vão de helicóptero, para chegarem rapidamente à frente dos fogos", explicou este especialista, que trabalhou 25 anos em incêndios florestais.

No caso de a situação ser muito grave ou prolongar-se no tempo com necessidade de substituir homens no terreno, pode ainda ser acionada a Unidade Militar de Emergência (UME), dependente do Ministério da Defesa, que tem cerca de 800 elementos, alguns helicópteros e bombas de água, e que podem construir pontes militares caso seja necessário.

Todos estes meios são postos à disposição da Comunidade Autónoma que os pedir e trabalham sob a liderança e coordenação dos engenheiros e responsáveis florestais que conhecem o terreno na região em causa.

Se num ano há uma média de 15.000 casos de incêndios florestais em Espanha, em cerca de 900 desses casos são chamados meios das BRIF do Ministério da Agricultura e apenas em cerca de 55 avançam meios da UME do Ministério da Defesa.

No quadro da ajuda bilateral e ao nível da União Europeia, a Espanha enviou um dispositivo para apoiar o combate aos incêndios em Portugal, em que se destacam seis aviões e 125 profissionais.

Dois grandes incêndios deflagraram no sábado na região Centro, provocando 64 mortos e mais de 200 feridos, tendo obrigado à mobilização de mais de dois milhares de operacionais.

Estes incêndios, que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande e Góis, consumiram um total de cerca de 50 mil hectares de floresta [o equivalente a 50 mil campos de futebol] e obrigaram à evacuação de dezenas de aldeias.

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