Meteorologia

  • 18 ABRIL 2024
Tempo
24º
MIN 16º MÁX 26º

Os últimos telefonemas: "Obrigado, mãe, por tudo o que fizeste por mim"

Famílias de um casal italiano que morava na Grenfell Tower, e que continua desaparecido, revela as últimas palavras que trocaram.

Notícias ao Minuto

16:21 - 16/06/17 por Notícias Ao Minuto

Mundo Grenfell

Gloria Trevisan e Marco Gottardi, dois arquitetos e os dois com 27 anos de idade, continuam desaparecidos desde o incêndio que destruiu a Grenfell Tower, em Londres. O casal, que morava no 23.º andar do edifício, faz parte do grupo de mais de 60 pessoas que continuam por localizar desde o incidente e que, de acordo com últimas atualizações dadas pelas autoridades, será muito difícil que sejam encontradas com vida.

De acordo com a imprensa britânica, o casal italiano mudou-se para Londres em março deste ano para conseguir trabalho e acabaram a morar na torre Grenfell. Os dois fizeram algumas chamadas para a família, em Itália, quando se viram encurralados no prédio.

O advogado das famílias indicou que os telefonemas feitos pelos dois não deixou margem para dúvidas de que não iriam sobreviver.

“Na primeira chamada, o Marco disse-nos para não nos preocuparmos, que tudo estava controlado (…). Ele estava a tentar minimizar o que estava a acontecer, provavelmente para não nos deixar agitados. Mas na segunda chamada – e não consigo tirar isto da cabeça – ele disse que havia fumo, que estava muito fumo a entrar. Estivemos ao telefone até ao último momento… Às 4h07 da manhã ele disse-nos que o apartamento deles estava cheio de fumo e que a situação se tinha tornado séria. A ligação caiu e desde aí não tivemos mais contacto. Nunca mais atendeu o telefone”.

Gloria ligou aos pais por volta das 3h da manhã a informar sobre o incêndio e a dizer que estavam a aguardar ajuda, mas que o fumo se estava a intensificar. A advogada da família, Maria Cristina Sandrin, revelou o que ouviu nas gravações.

“Eu ouvi as gravações das conversas de Gloria com a mãe e não há esperança de que seja encontrada com vida. Ela despediu-se. Ela disse ‘obrigado, mãe, por tudo o que fizeste por mim’”.

As famílias esperam agora poder trasladar os corpos dos seus filhos para Itália, uma tarefa que se adivinha difícil, de acordo com os seus representantes: “Não sabemos em que condições vamos encontrar os corpos, se é que serão encontrados”.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório