Comey pediu para amigo passar à imprensa dados sobre conversas com Trump
O antigo diretor do FBI James Comey confirmou hoje que esteve por detrás das fugas de informação sobre as suas conversas a sós com o Presidente Trump, referindo que pediu a um amigo que as passasse à imprensa norte-americana.
© Reuters
Mundo FBI
Comey, que esteve a ser ouvido no Comité de Serviços de Informação (Intelligence) do Senado norte-americano, disse que achou que essa medida - divulgar o teor das conversas - poderia motivar a nomeação de um conselho especial sobre o caso.
O ex-diretor do FBI, que foi despedido por Trump a 09 de maio, disse que tomou a decisão de divulgar o teor das conversas depois de o Presidente ter feito uma referência a eventuais gravações num tweet que divulgou três dias depois nas redes sociais.
Para tal, Comey recorreu a um amigo que é professor na Faculdade de Direito da Universidade de Columbia.
Na mensagem no Twitter, Trump escreveu: "Mais vale [a Comey] que não haja gravações das nossas conversas, antes que ele comece a passar [informação] à imprensa".
"Deus meu! Espero que haja gravações", declarou hoje Comey aos senadores, explicando que manteve cinco conversações com Trump, duas delas telefónicas.
O antigo responsável também declarou hoje que o Presidente Donald Trump não lhe ordenou, especificamente, que parasse a investigação sobre a alegada ingerência russa nas presidenciais, mas que o instruiu nesse sentido.
"Diretor Comey, o Presidente pediu-lhe, em algum momento, que parasse a investigação do FBI sobre a ingerência russa nas eleições americanas de 2016?", perguntou o presidente do Comité de Serviços de Informação [Intelligence], Richard Burr.
"Não", respondeu Comey, dando a mesma resposta à questão sobre se "algum indivíduo da administração" Trump o tinha feito.
Segundo Comey, não houve uma ordem explícita nesse sentido, mas o ex-diretor interpretou uma conversa com o Presidente Trump como "uma instrução" para abandonar as investigações.
Na quarta-feira, numa declaração escrita enviada ao Congresso, James Comey tinha adiantado que Donald Trump lhe sugeriu que abandonasse a investigação a Michael Flynn, ex-conselheiro envolvido no caso da alegada ingerência russa nas presidenciais.
Relatando um encontro realizado a 14 de fevereiro na Sala Oval (gabinete presidencial), Comey escreve que o Presidente Donald Trump falou com ele sobre a investigação relacionada com o ex-conselheiro de segurança nacional Michael Flynn, acusado de mentir sobre contactos com responsáveis russos, e declarou: "Espero que possa encontrar uma forma de abandonar isto, de deixar Flynn. É um bom homem".
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