A acusação contra cinco dirigentes da direção do Partido da Libertação Dominicana (PLD), no poder, assim como contra o presidente do Partido Revolucionário Moderno (PRM, principal partido da oposição), o porta-voz da bancada de deputados dessa formação e outros dirigentes, coloca os partidos numa posição difícil.
Cinco meses depois de 'rebentar' o escândalo da Odebrecht, que admitiu ter pagado 92 milhões de dólares em subornos entre 2001 e 2014, período que abrange os governos dominicanos de Hipólito Mejía (2000-2004), do PRM, assim como os de Leonel Fernández (2004-2008 e 2008-2012) e do atual Presidente, Danilo Medina, ambos do PLD, a Procuradoria ordenou esta semana a detenção de 14 pessoas.
Do total de 14 envolvidos, uma dezena de políticos e empresário foram detidos na segunda-feira, e no caso dos três deputados, dois do PLD e um do PRM, foi pedido que se levante a imunidade parlamentar.
O grupo é acusado dos crimes de subornos, conspiração, prevaricação, desfalque, atividades incompatíveis com a qualidade de funcionário público, enriquecimento ilícito e lavagem de capitais.
Entre os acusados está o ministro da Indústria e Comércio, Temístocles Montás, que numa carta dirigida ao presidente Danilo Medina pôs o cargo à disposição e defendeu a sua inocência, e posteriormente, noutra carta, solicitou a sua suspensão temporária do principal organismo da direção do PLD.
Todos os políticos acusados defenderam a sua inocência.
As detenções acontecem pouco depois de a República Dominicana receber do Brasil os dados sobre os subornos pagos pela Odebrecht no país, graças a um acordo entre o Ministério Público e a multinacional, que deverá pagar 184 milhões de dólares, o dobro do que entregou em subornos para ficar com contratos de obras públicas entre 2001 e 2014.
Com este acordo, a Odebrecht comprometeu-se a revelar os nomes dos beneficiados, em troca que os seus funcionários não sejam processados no país caribenho.