"Extremismos são um legados da crise financeira"
O economista Kenneth S. Rogoff considerou hoje que os extremismos são um legado da crise financeira e o presidente do Banco Europeu de Investimento defendeu que as instituições europeias têm de lutar contra os manipuladores.
© Reuters
Mundo Economistas
Num painel sobre o 'caminho do meio' nos encontros globais da Horasis, que decorrem em Cascais em paralelo com as conferências do Estoril, os economistas debateram a ascensão dos fenómenos extremistas e populistas e o facto de algumas das maiores economias do mundo, como os Estados Unidos, estarem a optar pelo protecionismo.
"Parte disso tem a ver com alterações nos media e na tecnologia, mas outra parte é legado da crise financeira", afirmou o economista da Universidade de Harvard Kenneth S. Rogoff.
O antigo economista-chefe do FMI admitiu que estes fenómenos vão acabar por "diluir-se e desaparecer nos próximos cinco ou dez anos".
O antigo economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) opôs-se às opiniões extremadas e sem fundamento científico, e deu conta do seu exemplo pessoal: "Com a mesma investigação, sou acusado de ser de esquerda e de direita", disse.
Kenneth S. Rogoff considerou ainda que o argumento dos que defendem que a economia mundial está hoje pior "é muito ténue" e afirmou: "Olhando para o mundo no geral, o período [atual] é melhor do que tivemos, certamente, durante anos".
Já o presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Werner Hoyer, admitiu a proliferação das opiniões extremadas e das notícias falsas nas redes sociais, mas defendeu que as instituições europeias devem "usá-las melhor contra os manipuladores".
"Em vez de estarmos sentados no comboio temos de aprender a dirigi-lo", afirmou Werner Hoyer.
Também Barbara Barrett, presidente da Aerospace Corporation, deu o exemplo da investigação espacial para afirmar que "a ciência coloca-nos mais perto dos factos do que a retórica política".
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