A Universidade de Stellenbosch, na África do Sul, acordou esta quarta-feira com o fantasma do ódio e da discriminação racial bem presentes. Dois cartazes de inspiração nazi apareceram nesta universidade, o que levou a que fosse aberta uma investigação pelas autoridades, conta a BBC.
Ambos os cartazes são referências à supremacia branca, reminiscente do nazismo, e apelam os estudantes brancos a "lutar por Stellenbosch", na defesa da língua africânder.
A Universidade de Stellenbosch já demonstrou o seu desagrado com esta manifestação de ódio, condenando a “superioridade racial e qualquer tentativa de polarizar a faculdade”.
Antes do final do Apartheid, esta universidade era uma instituição de elite para estudantes brancos. Desde que esta elite perdeu a influência e o controlo que tinha sobre a faculdade, em 1994, que as tensões raciais têm estado na ordem no dia.
Se por um lado a universidade está hoje aberta a toda a gente, independentemente da cor da pele, os protestos e denúncias têm sido recorrentes, nomeadamente relacionados com questões raciais e linguísticas.
Segundo a BBC, a maior parte dos negros na África do Sul prefere falar inglês em vez de africânder, uma língua baseada no neerlandês, que se desenvolveu durante o período me que a Holanda colonizou parte de África.
Em 2015, a Universidade de Stellenbosch rejeitou o pedido da maioria dos estudantes que queriam que a principal língua de ensino fosse o inglês e determinou que o africânder continuaria a ser dominante, uma decisão que desencadeou um aumento da tensão no que diz respeito à discriminação racial.
O aparecimento destes cartazes constitui o mais recente episódio da tensão existe na África do Sul, um país que ainda lida com as feridas causadas pelo Apartheid.