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Aprovado novo governo de coligação entre conservadores e extrema-direita

O parlamento búlgaro legitimou hoje o novo Governo de coligação liderado pelo conservador Boyko Borisov (na imagem), que pela primeira vez desde o fim do antigo regime totalitário em 1989 integra representantes da extrema-direita.

Aprovado novo governo de coligação entre conservadores e extrema-direita
Notícias ao Minuto

15:13 - 04/05/17 por Lusa

Mundo Bulgária

Num hemiciclo de 240 lugares, 134 deputados forneceram um voto de confiança a Borisov e 101 votaram contra, incluindo a oposição socialista e o partido da minoria turca.

A formação conservadora Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB), a formação do primeiro-ministro que hoje foi empossado pela terceira vez desde 2009, venceu as eleições antecipadas de 26 de março mas não garantiu maioria absoluta, optando por formar uma coligação com a frente de ultra direita Patriotas Unidos, que integra três partidos.

O GERB elegeu 95 deputados, e com os 27 eleitos da frente de extrema-direita garante uma curta maioria de 122 deputados. No escrutínio de março, o Partido Socialista Búlgaro (BSP, ex-Partido Comunista) garantiu 80 deputados, o Movimento para os Direitos e Liberdades (DPS, minoria turca) 26 lugares e o Volya (Vontade, formação nacionalista, pró-russa e eurocética), 12 representantes.

Borisov, a figura mais influente da política búlgara na última década, demitiu-se em novembro após a derrota da sua candidata presidencial, Tsetska Tsacheva, face ao ex-general Rumen Radev, independente apoiado pelo BSP.

No discurso de hoje no parlamento, referiu que a sua formação chegou a acordo com os ultras para garantir estabilidade ao país mais pobre da União Europeia (UE).

"Encontramo-nos num momento histórico para o mundo e para a Europa devido à insegurança política, problemas económicos, conflitos religiosos, instabilidade da região [dos Balcãs] e os desafios de segurança. Temos a necessidade em ultrapassar o egoísmo partidário", justificou.

"Entre as prioridades incluem-se prosseguir o caminho da integração europeia e participar no processo de reforma da UE, para além de limitar a imigração ilegal, garantir a proteção das fronteiras nacionais e o crescimento económico", acrescentou.

Anos após a adesão à UE, ao mesmo tempo que a vizinha Roménia, a Bulgária permanece sob a tutela de Bruxelas e fora do acordo de Schengen, que permite viajar sem passaporte para os restantes países da UE, e manietada pela persistente corrupção policial e o crime organizado.

O novo Executivo inclui 21 membros, com três ministros sem pasta, e dois dos chefes dos Patriotas Unidos tornam-se vice-primeiros-ministros.

Assim, Valeri Simeonov, um dos líderes da extrema-direita e chefe da Frente nacional para a salvação da Bulgária (NFSB), será vice-primeiro-ministro responsável pela Economia e Política Demográfica. Krasimir Karakachanov, líder do Movimento nacional búlgaro (VMRO), será também vice-primeiro-ministro e responsável pela Segurança nacional, para além de assumir a pasta da Defesa. Volen Siderov, terceiro dirigente da coligação tripartida de extrema-direita e chefe da União nacional Ataque (Ataka), vai presidir ao grupo parlamentar dos Patriotas Unidos.

No decurso das presidenciais de 2006, os 'media' locais divulgaram uma citação atribuída a Siderov, que terá sugerido "transformar os 'roms' [população cigana] em sabão".

Ao responder à polémica, Siderov disse ter referido, em tom jocoso, que pretendia "distribuir sabões" nas zonas onde os ciganos estão presentes.

Neste novo Governo, o GREB de Borisov controlará os principais ministérios exceto a Defesa, onde se incluem os Negócios Estrangeiros, Finanças, Energia, Justiça, Interior, Desenvolvimento e Fundos europeus.

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