Espanhol retido em Díli há quase um ano começa a ser julgado amanhã
Um cidadão espanhol, retido sem poder sair de Díli há quase um ano, começa terça-feira a ser julgado por alegado tráfico de estupefacientes depois de ser detido com 10 gramas de codeína, medicamento que lhe foi receitado em Singapura.
© Lusa
Mundo Tráfico de droga
Luis Montes está com termo de identidade e residência e com o passaporte confiscado desde junho de 2017 e só seis meses depois conheceu a sua acusação, rejeitando qualquer ato de tráfico com medicamentos para um problema de saúde que lhe foi confirmado em Singapura e Espanha.
A acusação, obtida pela Lusa, confirma que Luis Montes foi tratado no Hospital Rafles em Singapura a 27 de janeiro de 2017, tendo-lhe sido receitado um tratamento que incluía comprimidos de codeína.
O texto refere que a 03 de junho o arguido terá enviado um SMS a alguém que a procuradora Angelina Saldanha diz não ter conseguido ser identificado em que, alegadamente, oferece a venda de codeína.
Pouco tempo depois Montes foi detido durante o que o Ministério Público considera ter sido um ato de transação num bar em Díli, num momento em que o arguido tinha na sua posse 10 gramas de codeína.
Na altura em que Luis Montes foi detido codeína era vendida com receita médica em várias farmácias e clínicas de Díli.
Em concreto Montes é acusado como "autor material em forma consumada comum de tráfico estupefacientes" com base no artigo 97, da lei 23/1997, a lei de droga da Indonésia, que anda vigorava em Timor-Leste na altura.
Montes insistiu em declarações à Lusa que foi detido com comprimidos que lhe tinham sido receitados e que depois de três noites sob custódia policial tem estado, desde então, com o passaporte confiscado e impossibilitado de sair do país.
Pedidos de autorização para viajar a Espanha para ver a mãe, que está gravemente, doente foram ignorados pelas autoridades judiciais timorenses.
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