Pelo menos 29 mortos em confrontos entre milícias no RDCongo
Pelo menos 29 pessoas morreram desde quarta-feira em confrontos entre fações rivais de uma milícia de autodefesa pelo controlo de uma aldeia no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), indicou hoje fonte oficial.
© Reuters
Mundo Goma
"Desde quarta-feira, duas fações dos Maï-Maï Nyatura lutam para tomar o controlo da aldeia de Bweru. O balanço desses combates era, esta sexta-feira, de 29 mortos", declarou à agência noticiosa francesa AFP Dieudonné Tshishiku, administrador do território de Masisi, situado no sul da província de Kivu do Norte.
"Os combates prosseguem ainda. Bweru e as aldeias vizinhas foram abandonadas pelas suas populações", acrescentou Tshishiku, apelando "às Forças Armadas da RDCongo para porem rapidamente termo aos confrontos, para permitir às populações o regresso a casa".
Também um responsável de uma organização não-governamental disse à AFP, a coberto do anonimato, que "combates entre dois subgrupos dos Maï-Maï Nyatura fizeram fugir a população" e que "entre as 29 pessoas mortas há pelo menos 11 elementos das milícias, não se excluindo que haja civis entre as vítimas".
Bweru, localidade situada a cerca de 100 quilómetros a sudeste de Goma, capital do Kivu do Norte, e as aldeias vizinhas são habitadas por uma população estimada em entre 5.000 e 10.000 pessoas maioritariamente Hutu.
A milícia Nyatura é um grupo de autodefesa Hutu.
Os Hutu, falantes de ruandês, são encarados como estrangeiros pelas comunidades que se consideram "autóctones", como os Nande, os Hunde e os Kobo, maioritários na região de Kivu do Norte, o que originou disputas ancestrais em torno de terras e outros bens.
Desde há mais de um ano, o antagonismo entre as comunidades Hutu e Nande exacerbou-se devido a uma série de ataques a aldeias e de retaliações por milícias de cada um dos campos, numa área abrangendo os confins dos territórios de Rutshuru, Lubero e Masisi, no centro de Kivu do Norte, uma região que, como toda a área oriental da RDCongo, é palco de conflitos armados há mais de 20 anos.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com