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França: Participação "bastante importante" em Gentilly

Na escola Gustav Courbet, em Gentilly, junto a Paris, a taxa de participação eleitoral era "bastante importante" até ao início da tarde de hoje, de acordo com a presidente da mesa de voto número 5, Cristina Semblano.

França: Participação "bastante importante" em Gentilly
Notícias ao Minuto

15:05 - 23/04/17 por Lusa

Mundo Eleições

"Esta participação é realmente muito importante, nós não respiramos. Há tanta gente que nós não respiramos. As pessoas têm de esperar para votar, é uma participação bastante importante", afirmou à Lusa a deputada municipal da cidade, sublinhando que tem havido filas de eleitores e que o voto tem decorrido "com muita serenidade, com muita calma, com muito espírito cívico".

A portuguesa, que nas últimas semanas fez campanha por Jean-Luc Mélenchon, precisou que a taxa de participação ultrapassou um terço dos eleitores inscritos ainda antes do início da tarde e que a segurança foi reforçada, havendo patrulhas de polícia e a possibilidade de "requerer as Forças Armadas se houver um problema".

"Estou perfeitamente serena e tranquila e a minha ansiedade deve-se unicamente à expectativa dos resultados no fim, mas não tenho qualquer tipo de receio em relação à eventualidade de um atentado ou de um distúrbio qualquer", indicou Cristina Semblano, que não pôde votar por não ter nacionalidade francesa, o que não a impediu de presidir a uma mesa de voto.

Natália Quintas, de 40 anos, só se decidiu na cabina de voto e foi "uma decisão um bocado complicada", mas votou por quem considerou mais capaz de eliminar Marine Le Pen na segunda volta, porque se ela for eleita "vai ser pior do que o Donald Trump".

"Para mim é um bocado complicado. O que eu quero é o bem da França. Eu votei Fillon porque acho que as pessoas estão um bocado nervosas aqui em França com tudo o que se passa, com os atentados aqui em Paris. Está muito complicado e eu acho que a maioria das pessoas vai votar Marine Le Pen", explicou a lusodescendente.

Para Marco Daniel Marques, "a escolha não foi muito difícil". Votou Jean-Luc Mélenchon porque o conheceu quando era motorista do diretor do jornal comunista francês L'Humanité e porque espera que ele possa mudar "este sistema de roubo aos franceses".

"Ele tem valores para o povo francês. A pessoa que trabalha nas obras não pode trabalhar 65 anos. Ele está mais perto do povo do que os outros. Os outros é só para o dinheiro e para o bem deles. Não olham por nós", afirmou o lusodescendente de 41 anos, acrescentando que Gentilly "foi sempre uma cidade comunista" e que se a segunda volta for entre Marine Le Pen e François Fillon ou Emmanuel Macron votará em branco.

No hall da escola primária, os eleitores desfilavam a um ritmo regular e vêm votar em família, como Adel El Kouch, a esposa e os dois filhos, que escolheram o mesmo candidato dos 11 nomes inscritos nos boletins de voto.

"Votámos por Jean-Luc Mélenchon porque ele é contra o racismo, não se veste com fatos de 48 mil euros e diz as coisas sem papas na língua. Não concordamos com tudo, mas temos esperança de que os estrangeiros sejam mais bem tratados, porque não temos as mesmas oportunidades no trabalho e na escola", disse o franco-tunisino de 50 anos.

Brahim Bennaïs, de 45 anos, também votou pelo candidato da esquerda radical e disse que espera "que haja uma revolução cidadã".

"Votar Mélenchon é já uma revolução", afirmou, considerando que "ele pode passar à segunda volta porque se sente uma mudança no ar". Caso contrário, não vota ou vota em branco a 07 de maio.

Thomas Vercouter, de 39 anos, preferiu não dizer em quem votou, limitando-se a afirmar que tomou a decisão "há uma semana porque estava dividido entre dois candidatos" e que "estas presidenciais são particularmente importantes porque há uma grande incerteza", o que o deixa "um pouco preocupado com a eventualidade de a extrema-direita passar à segunda volta".

Cerca de 47 milhões de eleitores são chamados hoje às urnas para eleger o sucessor de François Hollande entre 11 candidatos: Marine Le Pen, Emmanuel Macron, Jean-Luc Melénchon, François Fillon, Benoît Hamon, Nathalie Arthaud, Philippe Poutou, François Asselineau, Nicolas Dupont-Aignan, Jacques Cheminade e Jean Lassalle.

Caso nenhum seja eleito hoje, com maioria absoluta, a segunda volta das eleições presidenciais está marcada para 07 de maio.

As mesas de voto abriram às 08:00 (menos uma hora em Lisboa) e encerram às 20:00 em Gentilly, em Paris e nas grandes cidades, fechando uma hora mais cedo nas outras localidades.

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