Dhlakama diz que "a guerra está no fim" em Moçambique
Afonso Dhlakama, líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, disse hoje que a "guerra está no fim" em Moçambique, a duas semanas do fim da atual trégua, que se poderá tornar permanente.
© Lusa
Mundo Renamo
"Tenho mantido contactos com o meu irmão Filipe Nyusi", Presidente de Moçambique, "para ver se encontramos uma saída para a paz efetiva porque não queremos ver mais sangue" derramado, disse Dhlakama numa teleconferência com jornalistas, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
"A guerra está no fim. Voltaremos a abraçar nossas famílias, circular pelas estradas, visitar nossos familiares e trabalhar para produzir. Isso é que nós desejamos", acrescentou Afonso Dhlakama.
O líder da Renamo participou numa teleconferência com jornalistas residentes na cidade de Chimoio, capital da província central de Manica,
Na mesma sala assistiram também à conversa membros da Renamo.
Moçambique vive uma trégua decretada a 03 de março por Afonso Dhlakama, em vigor até 04 de maio - daqui a duas semanas.
É a terceira trégua anunciada desde dezembro, depois de uma primeira, que durou uma semana, logo prorrogada por uma segunda e pela atual de 60 dias.
A paz em Moçambique tem estado sob permanente ameaça nos últimos anos, devido a clivagens entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e a Renamo.
Entre 2013 e finais de 2016, o país foi assolado por ações de violência opondo as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e o braço armado da Renamo, no âmbito da contestação do processo eleitoral de 2014 pelo principal partido da oposição.
Questionado hoje sobre a sua participação e da Renamo nas eleições autárquicas de 2018 e nas eleições gerais de 2019, Dhlakama respondeu que a pretensão é concorrer com os olhos postos na vitória.
"Vamos concorrer e prometemos ganhar porque o povo está connosco. Queremos governar democraticamente este país. Esse é o nosso principal objetivo", referiu.
"Não guardamos mágoas", nem "com a Frelimo: não guardamos nenhuma vingança porque este é momento de reconciliação", disse.
Dhlakama disse ainda que só vai participar em atividades políticas se receber garantias de segurança para si e para os membros do seu partido.
"Caso contrário continuarei aqui nas matas de Gorongosa para onde me refugiei e me encontro bem de saúde", concluiu.
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