Presidente filipino volta a insultar líderes da União Europeia
O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, subiu o tom das críticas à União Europeia, voltando a recorrer a palavrões para insultar os líderes europeus e os deputados por censurarem a sua política antidroga.
© Reuters
Mundo Rodrigo Duterte
"Eu enfrento de frente o problema das drogas, a UE, filhos da p***", disse o chefe de Estado num discurso no palácio presidencial Malacañan, em Manila, perante o colégio de vereadores filipinos e funcionários que acabavam de prestar juramento para servir os respetivos cargos.
Quando aos deputados ao Parlamento Europeu, Duterte pediu aos presentes: "se vos perguntarem como os descreveriam, digam-lhes apenas que o alcaide disse que sois uma boa m****".
Em meados de março, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução a condenar e a pedir o fim da "guerra contra as drogas" liderada por Duterte, cujo balanço ascende já a mais de 7 mil mortos desde o início em 30 de junho de 2016, dia da sua tomada de posse.
"Não nos venham impor os vossos valores e isso tudo, porque vos detestamos por serem hipócritas. Vocês são a incongruência dos tempos", afirmou o Presidente filipino, numa referência à União Europeia.
O governante argumentou ainda que a Europa conseguiu os seus progressos económicos "conquistando a Indonésia, a Malásia, Filipinas, e levando o melhor" destas terras, pelo que convidou o Velho Continente a não dar "lições de moral" e países e governos com realidades distintas no outro lado do planeta.
O chefe de Estado havia chamado "loucos" aos deputados europeus na semana passada, o que levou Bruxelas a chamar o embaixador filipino para consultas.
Curiosamente, os insultos de Duterte de hoje acontecem apenas escassas horas depois do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Enrique Manalo, reafirmar o seu desejo de estreitar laços com UE, numa tentativa de acalmar os ânimos no ocidente.
No seu discurso de hoje, Duterte qualificou também como "filho da p***" o anterior Presidente norte-americano, Barack Obama, a quem insultou em outras ocasiões, assim como os meios de comunicação filipinos -- nomeadamente o Daily Inquirer filipino e a cadeia de televisão ABS-CBN - que criticaram a sua "guerra contra as drogas".
A campanha antidroga de Duterte foi reativada em março depois de um mês de interrupção, alegadamente para "limpar a corrupção da polícia", e desde então resultou em várias dezenas de presumíveis traficantes e toxicodependentes mortos às mãos de agentes policiais e milícias.
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