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Com ambiente sombrio, Londres regressou hoje à normalidade

O ambiente em torno de Westminster é hoje sombrio, mas a palavra de ordem é de regresso ao trabalho e à normalidade.

Com ambiente sombrio, Londres regressou hoje à normalidade
Notícias ao Minuto

10:56 - 23/03/17 por Lusa

Mundo Reino Unido

Apesar de o perímetro de segurança se manter nas ruas adjacentes ao Palácio de Westminster, onde funciona o Parlamento britânico, o fluxo de pessoas esta manhã é intenso.

Tomas Borsa trabalha no centro de conferências Queen Elizabeth II, que tem vista para a Praça do Parlamento, e relatou os momentos de quarta-feira.

"Houve uma colega que estava na varanda e ouviu os tiros. A seguir houve uma certa confusão até se perceber o que se estava a passar", contou hoje à agência Lusa.

Após uma reunião, foram aconselhados a sair mais cedo, pelas 16:00, mas hoje, não tendo recebido qualquer mensagem em contrario, voltou ao trabalho.

"Eu sou canadiano e em Ottawa também acontece algo semelhante. Quem vive aqui não tem ilusões, um ataque terrorista era quase inevitável", afirmou.

Na área de Westminster estão sediadas muitas empresas, instituições públicas e não-governamentais.

O fluxo de pessoas era, por isso intenso, esta manhã, estando os transportes a funcionar normalmente.

Mas no ar pairam vários helicópteros e a presença de numerosos jornalistas não deixa esquecer o que se passou.

Borsa reconheceu existir preocupação: "Há como uma nuvem que paira sobre a cidade",

Mesmo tendo sido cenário de um ataque terrorista e de a estação de metro mais próxima, Westminster, estar fechada, a zona continua a atrair turistas.

Foi o caso da norte-americana Georgina Blumel, que decidiu trazer um ramo de flores para ser deposto em memória das vítimas.

"Queria mostrar que nos preocupamos. Eu adoro Londres e fiquei chocada com o que aconteceu", disse à Lusa.

O regresso à Florida está previsto para sexta-feira, mas a norte-americana garante que pretende voltar.

O regresso à normalidade foi uma das mensagens do discurso da primeira-ministra, Theresa May, após o atentado terrorista.

A chefe do governo fala hoje no parlamento aos deputados, que estão hoje de regresso também ao trabalho, desafiando o medo.

"Queremos voltar ao normal, a vida tem de continuar", comentou à Lusa a deputada do parido Conservador Cheryl Gillan, em passo apressado para chegar ao edifício parlamentar.

Na outra margem do rio Tamisa, no café Madeira, o funcionário Ricardo Delgado estava hoje de serviço desde manhã cedo.

"Vim de transportes, como de costume, mas as pessoas pareciam mais preocupadas", descreveu.

Apesar de ter estado na cidade quando foram os atentados de 07 de julho de 2005, confessa que ontem ficou mais assustado.

"Aquela ponte é uma das mais movimentadas da cidade. Nos próximos tempos vou olhar para trás quando estiver a atravessar", confiou.

Estas três pessoas e outras que vivem em Londres tem em comum o facto de, nas últimas 24 horas, terem tido muitas pessoas a perguntar se estavam bem.

Mas, num típico sentido de humor britânico, Tomas Borsa lamenta, ironicamente: "Infelizmente, nem tantas como gostaria".

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