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Angola pede colaboração das missões diplomáticas na expulsão de ilegais

As autoridades angolanas pediram hoje a colaboração das missões diplomáticas acreditadas no país na expulsão de cidadãos estrangeiros ilegais, atribuindo-lhes documentos de viagem, o que muitas vezes tem sido negado.

Angola pede colaboração das missões diplomáticas na expulsão de ilegais
Notícias ao Minuto

16:12 - 03/03/17 por Lusa

Mundo Imigrantes

O assunto foi hoje abordado em Luanda pelo diretor-geral do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), José Paulino da Silva, no primeiro encontro de chefes de postos e secções consulares de embaixadas acreditadas em Angola, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores angolano.

José Paulino da Silva referiu que além da falta de colaboração na atribuição de salvo-condutos ou passaportes, algumas missões diplomáticas negam-se igualmente a cooperar na preparação de bilhetes de passagem, quando necessário.

O responsável avançou que dentro dessas dificuldades se registam inclusive situações de recusa dos próprios concidadãos pelos seus países de origem, quando executadas as medidas de expulsão administrativa ou judicial.

"Tivemos situações de aviões que se deslocaram e que no aeroporto houve simplesmente situações de recusa na receção dos seus concidadãos. Temos tido aqui algumas situações que é preciso entender", frisou José Paulino da Silva.

Por sua vez, o diretor do Instituto das Comunidades Angolanas no Exterior e Serviços Consulares do Ministério das Relações Exteriores, João Pessela, realçou que além dos constrangimentos causados ao Estado angolano, o próprio cidadão estrangeiro também é penalizado com a falta de apoio do seu país.

A imigração ilegal em Angola constitui ainda uma preocupação para as autoridades angolanas, apesar de as estatísticas apontarem para uma diminuição significativa do movimento migratório.

O diretor-geral do SME disse que essa redução tem a ver sobretudo com a diminuição da capacidade de absorção de mão-de-obra, sobretudo na construção civil e setor petrolífero, entre outros.

A polícia angolana manifestou, em 2015, preocupação com a existência de meio milhão de imigrantes ilegais no país, o que considerava uma "invasão silenciosa".

Em 2016, o Ministério do Interior angolano informou que desde 2014 o Governo de Angola gastou 261,2 milhões de dólares (229 milhões de euros) com o repatriamento de 122.385 imigrantes ilegais.

Os imigrantes ilegais de países do leste e oeste de África representam o maior número de ilegais em Angola, destacando-se os da vizinha República Democrática do Congo.

Durante o encontro de hoje, o primeiro promovido pelas autoridades angolanas e que se pretende venha a ser realizado anualmente, foram apresentadas várias questões relativamente à emissão de vistos diplomáticos para membros do corpo diplomático e consular e ao pessoal auxiliar em serviço nas embaixadas acreditadas em Angola.

O encontro serviu igualmente para abordar a emissão de novos cartões diplomáticos para os membros do corpo diplomático acreditado em Angola, agora com maior nível de segurança.

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