Hospital de Macau refuta erro médico em caso de paciente com trauma
O único hospital público de Macau descartou a possibilidade de erro no diagnóstico e tratamento de um paciente com um grave trauma, após queixas de familiares na sequência de uma segunda opinião clínica.
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Mundo Carreira
O caso remonta a fevereiro de 2016, altura em que um homem, de 65 anos, deu entrada na urgência com um trauma grave na cabeça provocado por um acidente de trabalho, estando em causa o tratamento a que foi submetido pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) que, na sexta-feira, realizou uma conferência para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Segundo declarações reproduzidas nas redes sociais chinesas, com base em relatos de familiares, o paciente foi diagnosticado erradamente, mas o diretor do CHCSJ, Kuok Cheong U, garantiu que não foi detetado qualquer erro após investigação interna na sequência das queixas apresentadas em cartas ao hospital, Serviços de Saúde e Secretário da tutela.
Dado que o relatório clínico foi avaliado e reportado ao Secretário e se considera estar tudo em conformidade, o hospital deu o caso como fechado, cabendo à família decidir se pretende avançar com uma queixa para os tribunais.
Segundo dados facultados pelo CHCSJ, após entrar na urgência, o diagnóstico do paciente, em coma profundo, foi de traumatismo crânio-encefálico grave e hérnia cerebral, pelo que foi submetido a uma intervenção cirúrgica urgente -- drenagem de hematoma subdural e craniotomia descompressiva.
Essa operação foi "bem-sucedida" e o paciente ficou fora de perigo, segundo o CHCSJ. Após tratamento na Unidade de Cuidados Intensivos, e depois da traqueostomia, foi encaminhado para a enfermaria geral. Mas, entretanto, sempre segundo o hospital, verificou-se "acumulação do fluido subdural e infeção do sistema nervoso central" e, após tratamento, incluindo drenagem externa, ambas as situações foram "controladas".
Novas complicações surgiram gradualmente, como hidrocefalia, pelo que, em maio, o paciente foi submetido à derivação ventrículo-peritoneal.
Segundo explicam, em comunicado, os Serviços de Saúde, o estado do paciente estabilizou e melhorou face ao período anterior às operações, apesar de ainda estar em coma, pelo que "era necessário um tratamento de reabilitação" e o doente foi
Após discussão e consentimento da família, o doente foi transferido para o Centro de Reabilitação da Federação das Associações dos Operários de Macau, de acordo com a mesma fonte.
A família decidiu, no entanto, pedir uma opinião a um especialista de Hong Kong e, segundo as declarações divulgadas nas redes sociais, um médico da região vizinha afirmou que uma das operações não tinha sido bem-sucedida, pois "a pressão do tubo de drenagem estava muito baixa, levando a que as duas partes do cérebro ficassem inclinadas para um dos lados do mesmo" e "o tubo de drenagem tinha bloqueado, perdendo a respetiva função".
O CHCSJ garante que adiou a derivação ventrículo-peritoneal até a infeção intracraniana ficar completamente controlada, porque, caso contrário, poder-se-ia expandir e causar uma grave peritonite --, afirmando que não a fez apenas depois de os familiares terem relatado as recomendações do hospital de Hong Kong, como referido, e que uma nova TAC demonstra que essa cirurgia foi "bem-sucedida".
"O tratamento e o diagnóstico do hospital atendem às regras convencionais do tratamento da neurocirurgia", reiterou o CHCSJ, manifestando-se disponível para voltar a receber o paciente que precisamente na sexta-feira foi novamente operado, desta feita, no Kiang Wu.
Segundo explicado em conferência de imprensa, a intervenção naquele hospital privado de Macau serviu para voltar a colocar o dreno, que terá sido removido em Hong Kong após aconselhamento.
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