"À atenção de nossos irmãos que vêm para Kairouan e de outras regiões (...), a direção do Ansar Ashariaa informa sobre a necessidade de cancelar todas as viagens, dada a gravidade da situação de segurança", disse o movimento na sua página oficial do Facebook, segundo a agência France Presse.
Na mesma missiva, o movimento apela aos seus seguidores para estarem "em grande número no bairro de Ettadhamen, na capital", onde o Ansar Ashariaa tem a sua sede.
O movimento Ansar Ashariaa acrescentou que este pedido diz respeito "especialmente aqueles que vêm de autocarro das zonas de Ettadhamen e al-Intilaka", dois bairros perto de Tunis.
A organização salafista, no entanto, não deu qualquer orientação aos seus militantes que conseguiram chegar a Kairouan (a 150 km a sul de Tunis), apesar da presença massiva da polícia.
As forças de segurança bloquearam todos os acessos a Kairouan para evitar a todo o custo que se realize a conferência, classificada pelo governo tunisino como uma "ameaça" para o Estado.
A Tunísia tem vivido vários momentos de violência depois da revolução de 2011, orquestrada pelo movimento salafista.
O país também está desestabilizado por uma profunda crise política, por conflitos sociais devido à situação de pobreza.
O partido islâmico Ennahda, no poder, tem sido acusado de negligência por tolerar fações salafistas ligadas ao movimento 'jihad'.
No entanto, o governo tunisino endureceu significativamente a sua posição depois de dezesseis soldados e polícias terem sido feridos no final de abril e início de maio devido a minas colocadas pelos grupos armados ligados à 'Al-Qaeda'.