"Nada foi assinado devido ao incumprimento do acordo anterior, incluindo das condições do cessar-fogo", disse à imprensa o chefe da delegação da oposição, Mohammed Alloush, no final da reunião.
A ronda negocial de Astana previa que as delegações do regime e da oposição assinassem dois documentos, um com um plano pormenorizado para aplicar o cessar-fogo e outro criando um mecanismo de supervisão da trégua.
Para a Rússia, principal impulsionadora das conversações de Astana, a ronda foi positiva.
"Podemos falar de um êxito, porque as negociações duraram dois dias e permitiram longas e detalhadas consultas bilaterais e trilaterais", disse o "número dois" da delegação russa, Serguei Vershinin.
O documento para a criação de um grupo operacional de supervisão da trégua foi assinado apenas pelos três países garantes do cessar-fogo -- Rússia, Turquia e Irão.
O grupo, integrado por técnicos dos três países, "vai trabalhar de forma regular sobre o cumprimento da cessação de hostilidades e para que terminem as violações" da trégua, explicou Vershinin.
O representante russo admitiu que "as negociações não são fáceis", dada a "muita desconfiança entre as partes sírias", mas considerou que os resultados "são animadores" com vista às negociações de paz previstas para a próxima semana em Genebra.
O cessar-fogo negociado pela Rússia e pela Turquia no final de dezembro tem sido violado um pouco por toda a Síria, com confrontos na cidade de Daraa (norte) e bombardeamentos nas províncias de Alepo e Hama.
As conversações de Astana reuniram o governo de Bashar al-Assad, nove grupos opositores armados, os países garantes do cessar-fogo, a Jordânia e a ONU.
Regime e oposição voltam a reunir-se na próxima semana em Genebra.
O início formal das negociações de paz está previsto para 23, quinta-feira, mas as delegações são esperadas em Genebra a partir de 20, terça-feira, para consultas.