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"Estamos a morrer de frio". Vítimas de avalanche pediram ajuda por SMS

Às autoridades chegaram vários pedidos de ajuda após a avalanche que soterrou o hotel Rigopiano. Apenas duas pessoas foram encontradas com vida.

Notícias ao Minuto

13:45 - 19/01/17 por Carolina Rico

Mundo Hotel

Um morto e 25 desaparecidos, presumivelmente mortos. É este o resultado da avalanche que na noite desta quarta-feira atingiu o hotel Rigopiano, em Farindola, Itália.

Havia pelo menos 20 turistas, incluindo crianças, e sete ou oito funcionários no interior do hotel. Até ao momento, apenas um corpo foi resgatado da neve.

Com o hotel de três andares completamente soterrado, o único sinal de vida do interior foi dado por um casal que enviou um SMS para vários números de emergência. “Socorro, estamos a morrer de frio”, escreveram, segundo a agência de notícias italiana Stampa Associata.

Giampiero Parete e Fabio Salzetta foram os únicos a escapar ilesos. Foi também por SMS que ambos pediram ajuda aos serviços de socorro.

Giampiero, de 38 anos, tinha saído do hotel por momentos para ir ao carro buscar uma coisa e foi lá que se refugiou até à chegada de ajuda.

"Perdi tudo debaixo da neve. A minha mulher, os meus filhos ficaram lá debaixo", contou no hospital. Ludovica tem seis anos e Gianfilippo oito.

Fabio Salzetta enviou mensagens para dizer que as paredes do hotel tinham colapsado. “Estou no exterior mas não se consegue ver nada do hotel, apenas uma parede de neve à minha frente”, escreveu.

Os dois sobreviventes foram encontrados no carro de Giampiero e transportados para o hospital, um deles em estado de hipotermia, mas fora de perigo.

Uma tragédia anunciada

Esta avalanche na montanha de Gran Sasso ocorreu depois de quatro sismos com magnitude superior a 5 graus na escala de Richter terem abalado esta região no centro de Itália.

Apesar de em Farindola apenas se terem sentido tremores ligeiros, os hóspedes tencionavam abandonar o hotel mas estavam à espera de que os limpa-neves removessem a muita neve que cobria as estradas de acesso.

“Eles tinham as malas feitas, todos os hóspedes queriam partir”, disse Quintino Marcello, responsável pelo restaurante do hotel, ao jornal La Repubblica. “Disseram-lhes que os limpa-neves iam chegar por volta das 15h00, mas foram adiadas para as 19h00”.

Devido o isolamento do hotel, muita concentração de neve, vento e árvores caídas, após a avalanche as primeiras equipas de resgate demoraram mais de quatro horas a chegar ao local. Eram 4h30 da manhã quando conseguiram. Tiveram de o fazer de esquis.

As equipas de resgate continuam em busca dos desaparecidos com apoio de helicópteros e cães pisteiros, mas maioritariamente no interior, com pás.

“O hotel está quase totalmente destruído. Chamamos as pessoas mas não se ouve qualquer resposta ou vozes. Continuamos a escavar para tentar encontrar sobreviventes”, disse Antonio Crocetta, membro de uma das equipas de resgate, à agência Reuters.

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