A informação foi avançada pelo diretor do gabinete de investigação criminal da Renânia do Norte/Vestfália, Dieter Schürmann, que compareceu hoje numa sessão extraordinária da Comissão de Assuntos Internos no Parlamento daquele estado federado, o mais populoso da Alemanha.
Vigiado durante vários meses pelos serviços de informações alemães, Anis Amri tinha a sua residência oficial na Alemanha no estado da Renânia do Norte/Vestfália e chegou a ter o seu telemóvel sob escuta entre dezembro de 2015 e maio de 2016.
Em fevereiro de 2016, o jovem tunisino foi incluído pelas forças de segurança na lista de pessoas potencialmente perigosas.
Apesar destas diligências, nem as autoridades regionais nem as autoridades centrais alemãs encontraram indícios concretos para levar o jovem tunisino à justiça, segundo relataram os 'media' locais sobre a sessão extraordinária no Parlamento regional, que não tiveram autorização para gravar som ou imagem da audição.
Em 19 de dezembro, um camião conduzido presumivelmente por Anis Amri abalroou um mercado de Natal no centro de Berlim, matando 12 pessoas e ferindo mais de 50.
O tunisino seria abatido a tiro por uma patrulha da Polícia de Milão, durante uma operação de rotina de controlo.
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou o atentado.
Também presente na audição, o ministro regional do Interior, Ralf Jäger, rejeitou as críticas que têm recaído sobre a atuação das diferentes polícias e dos serviços de informações, bem como defendeu o trabalho desenvolvido e os mecanismos legais que foram utilizados para vigiar o suspeito.
O mesmo representante salientou que as autoridades fizeram tudo o possível para evitar um atentado, com um acompanhamento "contínuo e apertado" do suspeito, mas reconheceu a necessidade de analisar possíveis falhas e erros, uma vez que o ataque foi cometido por um homem "sobre o qual as forças de segurança do país sabiam muito".
Durante a mesma audição, os responsáveis precisaram que o tunisino Anis Amri utilizou as várias identidades e as várias nacionalidades para conseguir subsídios sociais em várias cidades alemãs.
Anis Amri era um requerente de asilo que chegou em julho de 2015 à Alemanha. O seu pedido foi rejeitado em junho.
A Alemanha não conseguiu avançar com o processo de repatriação, uma vez que a Tunísia contestou durante vários meses a cidadania de Anis Amri, nem conseguiu detê-lo enquanto esperava a deportação porque era necessário provar judicialmente que o suspeito representava um risco concreto.