Tensão na República Democrática do Congo deixa ruas desertas
Os habitantes da República Democrática do Congo mantiveram-se em casa hoje, com a tropa a patrulhar cidades desertas, devido ao aumento da tensão que acompanha o fim do mandato do Presidente Joseph Kabila.
© Reuters
Mundo Kinshasa
O segundo mandato de Kabila terminou hoje, mas não há qualquer indicação de que abandonará o poder e as conversações para uma transição pacífica estão num impasse, aumentando os receios de um ressurgimento da violência no país, rico em minerais e com uma larga fronteira com Angola.
De acordo com a descrição da AP, Kinshasa, capital geralmente vibrante com dez milhões de pessoas, apresentava hoje pouco trânsito nas principais estradas, transportes públicos reduzidos ao mínimo e os soldados e polícias eram mais do que os transeuntes.
As lojas da principal praça estavam fechadas e houve momentos de tensão na universidade, com dezenas de polícias e soldados a traçar um perímetro de segurança, face às indicações de que os estudantes pretendiam marchar até ao parlamento, para exigir a saída de Kabila.
À meia-noite de domingo, o governo ordenou a suspensão ou impôs um filtro às redes sociais, enquanto a polícia tem proibido concentrações de mais de dez pessoas.
Segundo a Constituição, Kabila, no poder há 15 anos, não pode concorrer a um terceiro mandato, mas, de acordo com uma decisão judicial recente, pode manter-se em funções até que haja um sucessor.
O partido no poder e alguns líderes partidários concordaram em agendar eleições para abril de 2018, deixando Kabila no poder até lá, mas o principal bloco da oposição rejeita esta hipótese.
As negociações para encontrar uma solução pacífica para a crise política na República Democrática do Congo foram interrompidas, sem quaisquer progressos, devendo ser retomadas na quarta-feira, quando os bispos católicos que têm assumido a mediação regressarem de uma viagem a Roma há muito planeada.
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