Civis e combatentes dizem que ataques em Aleppo não foram suspensos
Civis e combatentes da oposição dizem que os ataques à cidade sitiada de Alepo prosseguem, apesar de a Rússia ter anunciado que as forças do regime sírio cessaram os bombardeamentos para permitir a evacuação de civis.
© Reuters
Mundo Guerra
"Posso dizer-vos que hoje as operações de combate do exército sírio foram interrompidas no leste de Aleppo porque há uma grande operação em curso para retirar civis", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov à imprensa russa em Hamburgo (Alemanha).
No entanto, os ativistas da oposição garantiram à Associated Press que não houve interrupção da ofensiva do governo: "Os ataques são intensos".
Também os residentes de Alepo fazem relatos de ataques feitos por aviões de guerra às posições rebeldes.
À margem de uma reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o ministro russo explicou que a retirada dos civis ocorreria, através "de uma coluna de evacuação de 8.000 pessoas" que viajará ao longo de cinco quilómetros.
O anúncio foi recebido nos Estados Unidos como "uma indicação de que pode acontecer qualquer coisa positiva", nas palavras do porta-voz da Casa Branca, John Ernest.
Segundo o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abderahman, os ataques aéreos foram suspensos mas continuam a registar-se disparos de artilharia das forças governamentais em algumas zonas da cidade.
Um porta-voz de uma aliança da oposição em Aleppo, Abu Zaer al-Halabi, disse por seu lado que os combates prosseguem nas imediações do centro histórico.
A zona leste de Aleppo, segunda maior cidade e principal centro económico da Síria antes da guerra, estava nas mãos dos rebeldes desde 2012, mas uma grande ofensiva lançada há três semanas pelo regime sírio, apoiado pela força área russa, já permitiu a Damasco recuperar cerca de dois terços da zona rebelde.
Lavrov anunciou também hoje com o homólogo dos Estados Unidos, John Kerry, retomar as consultas Rússia-EUA sobre a retirada dos grupos rebeldes do leste de Aleppo.
Segundo o ministro russo, diplomatas e militares dos dois países vão reunir-se no sábado em Genebra para definir os detalhes da retirada dos grupos armados e a saída dos civis que desejem abandonar a cidade sitiada.
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