Cooperação entre UE e NATO é a melhor forma de preservar ligação com EUA
A melhor forma de dissipar as preocupações europeias sobre o futuro dos laços transatlânticos ao nível da segurança é "reforçar a cooperação entre a UE e a NATO", afirmou hoje o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.
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Mundo Stoltenberg
"Foram levantadas questões sobre a força dos laços transatlânticos", referiu o representante numa alusão às preocupações e dúvidas manifestadas na Europa após a eleição em novembro de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos.
"A melhor forma de responder a essas questões é reforçar a cooperação entre a NATO e a União Europeia (UE)", frisou Stoltenberg, sem mencionar diretamente o nome do multimilionário americano.
O secretário-geral da NATO falava à chegada para uma reunião de dois dias dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países-membros da Aliança Atlântica, na sede da organização em Bruxelas.
Após um contacto em novembro, Stoltenberg afirmou que estava "absolutamente confiante" que o Presidente norte-americano eleito está comprometido com a NATO e a segurança europeia.
Washington, que assume cerca de 70% das despesas anuais de defesa dos Estados-membros da NATO, tem vindo a pressionar os parceiros da Aliança a fazerem mais ao nível do investimento.
Confrontados com a intervenção da Rússia na Ucrânia e com o clima de agitação no Médio Oriente e no norte de África, os líderes da NATO acordaram em 2014 reverter os cortes aplicados no segmento da Defesa e gastar pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no sector.
Durante a campanha presidencial, Trump criticou os parceiros europeus por não pagarem uma parcela justa nos orçamentos de Defesa e exigiu uma ação reforçada da NATO na luta antiterrorista.
A reunião ministerial da NATO conta com a presença do chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, que está a realizar um último périplo pela Europa, a seis semanas da passagem de testemunho na Casa Branca. A futura administração de Trump assume funções em janeiro.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, e a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, a italiana Federica Mogherini, também participam no encontro.
Neste primeiro dia da reunião, os ministros devem aprovar cerca de 40 medidas que promovem o reforço da cooperação com a UE, cujos princípios foram firmados na última cimeira da NATO em Varsóvia (Polónia) em julho passado.
As medidas abrangem várias áreas, incluindo a luta contra o cibercrime, terrorismo, coordenação em exercícios militares e a partilha de recursos para localizar e intercetar os traficantes de migrantes na zona do Mediterrâneo.
"Passámos de uma fase de declaração para as ações concretas. Os aliados vão aprovar mais de 40 propostas para aprofundar a cooperação em sete áreas-chave", sublinhou Jens Stoltenberg.
"É mais importante do que nunca, especialmente porque temos de lidar com novos tipos de ameaças, que combinam meios militares e não-militares", concluiu.
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