Tornou-se um símbolo da tragédia do Chapecoense. No que estava a pensar?
Mesmo sem compreender a dimensão da tragédia, o pequeno Richard estava triste: sabia que algo tinha mudado para sempre.
© Reprodução/ GivemeSport
Mundo queda
Com sete anos, Richard Ferreira do Nascimento tornou-se símbolo da tristeza de milhares. Foi fotografado depois do acidente de avião da companhia boliviana LaMia que vitimou 71 pessoas, incluindo a equipa de futebol que apoiava, o Chapecoense.
Entre as vítimas mortais estão, entre outros, 19 jogadores do clube brasileiro, 21 jornalistas e sete tripulantes, tendo sobrevivido apenas seis pessoas: três jogadores, dois tripulantes e um jornalista.
De braços cruzados e cabeça baixa, num estádio vazio, Richard estava triste, mas também zangado com a mãe. Esta não o deixara levar uma bola de futebol para o campo, por achar que o momento era solene, e obrigou o filho a deixá-la no carro.
Acontece que Richard é fanático pela equipa e tinha uma superstição: levava a bola para todos os jogos e costumava jogar com o tio antes da partida, coisa que a mãe também se recusou a fazer.
“Na cabeça dele 'a minha mãe não o deixou jogar à bola, por isso os jogadores não vão entrar em campo'. Ele até perguntou: 'a que horas vai começar o jogo?'. Para ele, a bola é um símbolo", contou a mãe, Maristela dos Santos, ao jornal Esporte UOL.
Richard também perguntou se os sobreviventes estavam nos balneários para recuperar.
Com sete anos, mas também um quadro de epilepsia e dificuldades de aprendizagem, Richard Ferreira do Nascimento pode ser um símbolo da tristeza de milhares, mas a sua é relativa: Estava sem a sua bola, a morte é um conceito que ainda não conhece bem.
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