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Mais de 80 mortos em confrontos em aldeias de minoria na Birmânia

Mais de 80 pessoas morreram no oeste da Birmânia na última semana durante operações do Exército em aldeias onde vive a minoria muçulmana rohingya, informa hoje a imprensa estatal do país.

Mais de 80 mortos em confrontos em aldeias de minoria na Birmânia
Notícias ao Minuto

07:10 - 15/11/16 por Lusa

Mundo Muçulmanos

Os incidentes ocorreram no norte do estado Rakhine, na fronteira com o Bangladesh, onde vive o grosso desta comunidade muçulmana, que é perseguida e está cercada pelo exército desde ataques registados a 09 de outubro contra postos da polícia fronteiriça.

Segundo o diário Global New Light of Myanmar, que cita um comunicado do exército, 69 alegados insurgentes, sete militares e dez polícias morreram em confrontos com as forças de segurança entre 09 e 14 de novembro.

O jornal atribuiu estes confrontos, em edições anteriores, a emboscadas que atacantes, qualificados como terroristas, levaram alegadamente a cabo armados com paus e machetes.

As forças de segurança também detiveram 234 atacantes, 29 dos quais foram já condenados, segundo o jornal, que não dá mais detalhes.

As autoridades acusam estes grupos de queimar dezenas de casas em aldeias rohingya, uma comunidade a que também pertencem os alegados autores dos ataques, e negam que os incêndios tenham sido provocados pelas forças de segurança.

Já ativistas e grupos de defesa dos Direitos Humanos acusam o exército de execuções, violações e saques que têm como alvo os rohingya.

No domingo, a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou, recorrendo a imagens de satélite, que pelo menos 430 casas foram destruídas pela violência sectária contra esta minoria entre 22 de outubro e 10 de novembro.

A HRW pediu uma investigação, assistida pela ONU, ao Governo birmanês, liderado 'de facto' pela vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que já foi acusada de não interceder a favor deste grupo.

As autoridades birmanesas recusam acusações de abusos contra a minoria rohingya nesta zona do país, onde o exército impede o acesso a organizações de ajuda humanitária, observadores e imprensa independente.

Mais de um milhão de rohingyas vive em Rakhine. Apesar de esta minoria residir na Birmânia há séculos, os seus membros não são reconhecidos como cidadãos birmaneses sendo considerados imigrantes do Bangladesh.

Desde o surto de violência sectária em 2012, que causou pelo menos 160 mortos, que cerca de 120 mil vivem confinados em 67 campos e sofrem diversas restrições.

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