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Hillary. A sétima mulher desiludida após sonho da Casa Branca

O 45º. presidente dos Estados Unidos da América é, novamente, um homem. Outras mulheres sonharam com a Casa Branca mas, tal como Hillary, não chgaram lá.

Notícias ao Minuto

08:10 - 09/11/16 por Carolina Rico

Mundo Estados Unidos

Donald Trump ganhou as eleições presidenciais. Saíram defraudadas as expectativas de muitos e ainda não se fez História, do ponto de vista de uma mulher presidente.

A democrata de 69 anos não foi a primeira mulher com o sonho de chegar à Casa Branca desfeito. Antes dela, seis outras ambicionaram a chefia dos Estados Unidos, algumas mesmo antes de as mulheres poderem sequer votar. O The Guardian recorda seis nomes:

Victoria Woodhull foi a primeira, em 1872. Candidatou-se à presidência com 34 anos, pelo Partido da Igualdade de Direitos.

Por diversas razões, Victoria não era bem vista na sociedade norte-americana. Vidente de profissão, divorciou-se, casou-se três vezes, defendia a poligamia e a legalização da prostituição. 

Belva Lockwood, líder do Partido Nacional da Igualdade de Direitos para as Mulheres, concorreu à Casa Branca duas vezes, em 1884 e 1886. “Não posso votar, mas podem votar em mim” era o seu slogan de campanha.

Margaret Chase Smith foi a primeira candidata de um grande partido, o Partido Republicano, em 1964. Perdeu a batalha logo na primárias contra Barry Goldwater.

Shirley Chisholm candidatou-se à presidência dos EUA em 1972. Não ganhou mas conquistou o seu papel na História. Foi a primeira mulher afro-americana eleita para o Congresso norte-americano e entre 1969 e 1983 representou o Distrito de Nova Iorque.

Ellen Cullen McCormack foi candidata pelo Partido Democrata em 1976. Não ganhou as primárias, mas foi a primeira a receber fundos federais.

Lenora Fulani concorreu pelo partido da Nova Aliança em 1988 e em 1992.

Hillary e as feministas

Hillary Clinton perdeu as eleições contra um candidato marcado por denúncias de assédios sexuais e declarações machistas.

Donald Trump disse coisas como "a gravidez de uma mulher é um empecilho para os empregadores", que mulheres devem ser punidas em caso de aborto e chamou "Miss Piggy" à Miss Universo.

Também levantou polémica durante a campanha um vídeo de 2005 em que Trump diz ter "tentado" ter sexo com uma mulher casada, gabando-se de "apalpar" uma mulher devido ao seu estatuto. Disse ainda que “alguém com mamas pequenas é muito difícil de ser um dez”.

De acordo com uma sondagem da Fox News, 64% das mulheres mantiveram ao longo da campanha uma opinião desfavorável de Trump, contra 49% em relação a Clinton. 

Contudo, a democrata não seria a candidata preferida das feministas. Muitas condenaram desde sempre o facto de esta ter apoiado o marido, Bill Clinton, durante o escândalo Monica Lewinsky, em vez de se divorciar.

O argumento do voto em Hillary com base no género foi constante ao logo da campanha, mas moveu duas fações: Quem apelava ao voto numa mulher e quem dizia que ser mulher não chegava.

"Há um lugar especial no inferno para mulheres que não se ajudam mutuamente", disse por exemplo a ex-secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright. “O medo de Donald Trump não é suficiente [...] Não voto com a vagina”, defendeu por sua vez a atriz Susan Sarandon. 

Mulheres ao poder

Os Estados Unidos foram a primeira nação a alargar o sufrágio às mulheres, em 1920, muito antes de outras democracias como a francesa, que só o fez em 1944.

No entanto, desde que se tornou independente, em 1776, o país foi governado por 44 presidentes homens, à margem de países como a Alemanha, Grã-Bretanha, Brasil, Argentina, Índia e Libéria, onde as mulheres já tinham chegado ao topo do poder.

A falta de representação política no feminino estende-se aos restantes órgãos de poder nos EUA. Segundo a BBC, apenas um quinto das cadeiras no Congresso Americano é hoje ocupado por mulheres e só seis dos 50 Estados têm governadoras. Dos 22 ministros do governo Barack Obama, apenas sete eram mulheres.

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