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Curdos acusam Turquia de impedi-los de tomarem Raqa aos jihadistas

Um responsável curdo sírio em França, Khaled Issa, acusou hoje o regime turco de "atacar massivamente" os combatentes curdos para os impedir de controlar Raqa, "capital" do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, acusando Ancara de "cumplicidade" com os 'jihadistas'.

Curdos acusam Turquia de impedi-los de tomarem Raqa aos jihadistas
Notícias ao Minuto

15:40 - 25/10/16 por Lusa

Mundo Síria

"Com a sua artilharia e a sua aviação, o exército turco aproveita a focalização da imprensa e da comunidade internacional sobre Mossul para atacar massivamente os curdos da Síria e impedi-los de tomarem Raqa", denunciou o representante em França dos curdos da Síria durante uma conferência de imprensa em Paris.

A ofensiva das forças armadas iraquianas sobre Mossul, que entrou na segunda semana, destina-se a recuperar a segunda cidade do país, sob controlo 'jihadista' desde junho de 2014.

No âmbito dos preparativos para a libertação de Raqa, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coligação de combatentes curdos e árabes apoiada pelos Estados Unidos, "libertaram diversas cidades ocupadas pelo Daesh [acrónimo árabe do EI] ao norte de Alepo", concretizou Khaled Issa.

"Se a artilharia e a aviação turcas bombardeiam violentamente as posições das FDS nesta zona e no cantão e Afrine, é por um lado para os impedir de cortar as vias de abastecimento do Daech em Raqa, e por outro lado para que a Turquia possa manter o controlo de 70 quilómetros de fronteiras com a Síria", denunciou.

"Não podemos combater em Raqa enquanto o exército turco nos bombardeia", sublinhou, considerando que de momento "não estão reunidas as condições para tomar Raqa".

Após acusar o regime do Presidente Recep Tayyip Erdogan de "ir em socorro do Daesh", Issa apelou a França e outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU para "terminarem com as atuações irresponsáveis de Erdogan, que dificulta a luta contra o Daesh".

As milícias curdas sírias são apoiadas por Washington no combate ao EI. Mas a Turquia, que pretende impedir a formação de uma zona autónoma curda na sua fronteira com o norte da Síria, define-as como "grupos terroristas".

A agência noticiosa oficial turca Anadolu referiu que a Turquia bombardeou na semana passada, e por diversas vezes, as milícias curdas sírias no norte da Síria. De acordo com Khaled Issa, esses ataques repetiram-se na noite de segunda para terça-feira.

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