Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 14º MÁX 21º

Socialistas acusam maioria no parlamento de "golpe de Estado"

Os deputados dos partidos afetos ao Governo do Presidente Nicolás Maduro condenaram no domingo a decisão do parlamento da Venezuela, onde a oposição tem maioria, de declarar que há uma "rutura da ordem constitucional" no país.

Socialistas acusam maioria no parlamento de "golpe de Estado"
Notícias ao Minuto

06:10 - 24/10/16 por Lusa

Mundo Venezuela

"Fizeram-nos perder tempo. É uma burda tentativa de copiar o golpe de Estado no Brasil [destituição de Dilma Rousseff]. Na Venezuela não há condições para que eles [oposição] imponham um golpe de Estado. Aqui se imporá a democracia, a paz e a Constituição", disse o líder do denominado "bloco da pátria", composto por deputados socialistas.

Segundo Héctor Rodríguez, atualmente o parlamento "não tem qualquer validade legal, jurídica, nem a força política para impor absolutamente nada".

"Não somos nem as Honduras, nem o Paraguai, nem o Brasil. Aqui há um povo valente e umas Forças Armadas conscientes", frisou.

O deputado socialista Earle Herrera atribuiu o acordo aprovado pela Assembleia Nacional no domingo a "uma tentativa de golpe parlamentar".

No seu entender, o documento é igual ao Decreto de Carmona (em abril de 2002, Pedro Carmona presidiu ao Governo da Venezuela enquanto o então Presidente Hugo Chávez, entretanto falecido, foi afastado temporariamente do poder).

"Só mudam os personagens e alguns deles ainda estão aqui", disse.

Herrera referiu que desde janeiro passado, altura em que o parlamento passou a ser controlado pela oposição, a maioria parlamentar tem ameaçado os magistrados do Supremo Tribunal de Justiça e as reitoras principais do Conselho Nacional Eleitoral.

O parlamento venezuelano aprovou no domingo, com o voto contra dos socialistas, um acordo declarando que o Governo do Presidente Nicolás Maduro impulsou "uma rutura da ordem constitucional" ao suspender a realização de um referendo revogatório presidencial.

Segundo o parlamento, essa rutura decorreu através de instituições como o Supremo Tribunal de Justiça, o Conselho Nacional Eleitoral e sete tribunais regionais, situação que a oposição interpreta como "um golpe de Estado" e a instauração de "uma ditadura".

O parlamento vai "solicitar à comunidade internacional que ative todos os mecanismos necessários para garantir os direitos do povo da Venezuela, em especial o direito à democracia".

Será feita "uma denúncia, perante a Tribunal Penal Internacional e demais organizações que sejam competentes, contra os juízes [dos tribunais venezuelanos] e as reitoras do Conselho Nacional Eleitoral, responsáveis pela suspensão do processo de referendo revogatório, e os demais funcionários responsáveis pela perseguição política ao povo" venezuelano.

Por outro lado, pretende-se substituir com urgência os magistrados do Supremo Tribunal de Justiça (designados pelo regime 'chavista' em dezembro de 2015), para "garantir a independência de poderes e o respeito pelo Estado de direito".

A assembleia vai iniciar um processo "para determinar a situação constitucional da Presidência da República", a fim de concluir se o Presidente Nicolás Maduro tem nacionalidade colombiana tendo convocado uma sessão especial para a terça-feira 25 de outubro, como tem sido afirmado por opositores, "para avaliar e decidir sobre a matéria".

O parlamento exige às Forças Armadas que "não obedeçam nem executem nenhum ato ou decisão que sejam contrários aos princípios constitucionais ou prejudiquem direitos fundamentais do povo da Venezuela".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório