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Cachorros quentes têm de mudar de nome na muçulmana Malásia

Os estabelecimentos de venda de comida da Malásia, país de maioria muçulmana, vão ter de rebatizar os cachorros quentes, senão correm o risco de lhes ser recusada a certificação 'halal' (permitido), anunciou hoje uma autoridade religiosa governamental.

Cachorros quentes têm de mudar de nome na muçulmana Malásia
Notícias ao Minuto

21:21 - 18/10/16 por Lusa

Mundo 'Halal'

O regulamento, que incide também sobre outros alimentos cujo nome inclua a palavra "cachorro" ("dog"), desencadeou muitas piadas nas redes sociais.

Segundo o diretor da divisão 'halal' do departamento do Desenvolvimento Islâmico, Sirajuddin Suhaimee, a medida foi adotada na sequência de queixas de turistas muçulmanos estrangeiros.

"Quaisquer produtos 'halal' que deixem os consumidores confusos, nós temos de mudar", explicou.

"No Islão, os cães são considerados impuros e o seu nome não pode estar relacionado com a certificação 'halal'", acrescentou.

Muitos vendedores de rua e restaurantes 'halal' vendem cachorros quentes na Malásia. Sirajuddin disse que a fiscalização será feita "passo-a-passo" quando esses estabelecimentos renovarem a sua licença 'halal', válida por dois anos, junto do departamento.

A cadeia norte-americana de lojas de 'pretzels' Auntie Anne's, que tem 45 estabelecimentos na Malásia e planos de expansão no país, disse à agência noticiosa francesa AFP que não tem problemas em rebatizar os seus 'pretzel dogs' -- salsicha enrolada em 'pretzels' -- em cumprimento da diretiva das autoridades religiosas.

"É uma questão menor. Não temos problemas em mudar o nome e ainda estamos a tratar disso", disse Farhatul Kamilah Mohamed Sazali, um executivo da Auntie Anne's na Malásia.

Sirajuddin, que recomendou que os 'pretzel dogs' passem a chamar-se 'salsichas pretzel' ('pretzel sausages'), indicou que a candidatura da Auntie Anne's à certificação 'halal' está neste momento a ser analisada.

Entre as muitas críticas surgidas nas redes sociais, um utilizador da rede social Facebook comentou: "Por favor, limitem-se à religião... não queiram ser consultores da língua inglesa".

Outro escreveu: "Lojas de animais, por favor rebatizem os vossos cães como salsichas".

Sirajuddin minimizou como "uma reação normal" as críticas 'online', argumentando: "Estamos a fazer o nosso trabalho, como manda a lei".

No âmbito do conceito de 'halal' -- que significa "permitido" em árabe -- a carne de porco e seus derivados, álcool e animais que não tenham sido mortos de acordo com os procedimentos islâmicos são todos 'haram', ou proibidos.

A Malásia pratica há muito tempo uma forma moderada do Islão, mas as atitudes conservadoras estão a aumentar.

Uma empresa comercializou no ano passado água mineral engarrafada 'halal' no país, e sessões de 'speed-dating' islâmicas -- em que as mulheres solteiras vão acompanhadas -- foram aceites.

Uma convenção 'halal' realizada em Kuala Lumpur no ano passado e que atraiu milhares de delegados e centenas de expositores, apresentou produtos que iam desde alimentos a cosméticos e a colagénio produzido a partir de iaques no Tibete.

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