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Debate: 'Lavou-se roupa suja' e Trump ameaçou prender Hillary

Segundo debate entre Donald Trump e Hillary Clinton serviu, acima de tudo, para se clarificar polémicas de parte a parte.

Debate: 'Lavou-se roupa suja' e Trump ameaçou prender Hillary
Notícias ao Minuto

08:15 - 10/10/16 por João Oliveira

Mundo Eleições

Saint Louis. O horário nobre da televisão norte-americana foi dedicado ao segundo frente-a-frente entre os dois candidatos à sucessão de Barack Obama, e as hostilidades nem precisaram de incentivo. O debate entre Trump e Clinton começou sem os habituais cumprimentos e serviu, sim, para esclarecer ideias, fossem elas do passado ou do presente.

"Agarrar as mulheres pela genitália" e outras polémicas do passado

Começando pelo passado, Clinton não hesitou em jogar a cartada mais forte – as conversas com mais de dez anos recuperadas, em que Republicano dizia, entre muitas outras coisas, que não se conseguia conter quando via mulheres bonitas e que, fossem elas casadas ou não, desatava a beijá-las e a “agarrá-las pelos genitais”.

Trump não cedeu às provocações como fez no primeiro debate e, mais calmo e cauteloso, disse apenas que “tudo não tinha passado de uma conversa de balneário”. Mesmo admitindo que se sentiu “envergonhado”, Clinton não o poupou e sublinhou que tais palavras provaram, novamente, que Trump “não está preparado para ser presidente”.

Ao mesmo tempo em que se defendia destas acusações - que incluem suspeitas de que o republicano agarrava de forma sexual mulheres contra a sua vontade -, o multimilionário apontou o dedo ao antigo presidente e marido de Hillary, Bill Clinton, acusando-o de ter um comportamento "abusivo para com as mulheres".

Polémicas com polémicas se pagam

Se Clinton ousou falar do passado, Trump fez igual e recordou o uso do email pessoal por parte da adversária para tratar de assuntos classificados da nação norte-americana. O republicano voltou a atacar a democrata por ter usado um endereço de correio eletrónico privado enquanto secretária de Estado entre 2009 e 2013 e ameaçou, caso chegue à Casa Branca, nomear um “procurador especial para a investigar”.

Aqui, a vergonha já não foi alheia. Clinton voltou a admitir que cometeu um "erro" com os emails e garantiu estar "muito comprometida" em lidar de forma séria com informação classificada. "É de facto muito bom que alguém com o temperamento de Donald Trump não seja responsável pela lei no nosso país", acrescentou, impelindo o republicano a responder: "Porque estarias na prisão".

Chega de passado. O terrorismo vive no presente

Lavada a ‘roupa suja’ de um e outro, chegava a hora de falar do maior medo dos americanos e do resto do mundo: o extremismo islâmico. Foi particularmente neste tema que Trump se destacou e mostrou melhorias enquanto candidato presidencial… mas à sua maneira.

“E ela [Clinton] nem sequer diz a palavra. Nem o presidente Obama. Ele não usa a expressão terrorista islâmico radical. Para resolver o problema, temos de poder defini-lo, ou pelo menos dizer o nome”, começou por dizer o magnata, ao qual Clinton respondeu que, afirmações como estas são “um dom ao Estado Islâmico e aos terroristas”.

“Nós não estamos em guerra com o Islão. E é um erro que beneficia a propaganda terrorista agir como se estivéssemos. Quero um país onde cidadãos como vocês [público do debate] e as vossas famílias sejam tão bem-vindos como qualquer outro.

A solução, para Trump, parece já não se basear num muro, mas sim numa “avaliação extrema”. “Vamos a sítios como a Síria, de onde vêm às dezenas de milhares por causa de Barack Obama, e Hillary Clinton quer autorizar um aumento de 550% face a Obama. As pessoas vêm para o nosso país e nós não fazemos ideia de quem são, de onde são ou o que pensam do nosso país. E ela [Clinton] quer 550% mais. Vai ser o maior cavalo de Tróia de sempre”, disse por fim.

O debate chegou ao fim. Quem ganhou?

Dos 537 inquiridos, uma amostra "ligeiramente enviesada" para o lado democrata, segundo reconheceu a própria CNN, 57% respondeu que Clinton venceu o debate, enquanto 34% disse ter sido Trump.

Entre os entrevistados, 63% considerou, no entanto, que o magnata teve melhor prestação do que no primeiro debate, há duas semanas. Já 15% respondeu que o desempenho de Trump foi semelhante e 21% que esteve pior. No caso de Clinton, 39% disse que a sua prestação melhorou, 34% que foi igual e 26% que piorou.

Apesar de perder por mais de 20 pontos, o empresário nova-iorquino melhorou os números em relação ao primeiro debate, em que apenas 27% considerou que venceu, enquanto 62% optou por Clinton.

As eleições presidenciais norte-americanas realizam-se em novembro.

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