Foi prisioneiro do ISIS. Hoje ajuda a polícia a encontrar jihadistas
O britânico The Independent conheceu Masoud Aqil, que esteve cinco meses em cativeiro nas mãos do Estado Islâmico. Hoje é um dos maiores e melhores aliados da polícia alemã.
© The Independent
Mundo Masoud Aqil
O jornal britânico The Independent conheceu Masoud Aqil, um sírio de apenas 23 anos que, durante cinco meses, foi preso e posteriormente torturado e ameaçado de execução pelo Estado Islâmico.
Tudo começou em 2013, ano em que a guerra na Síria eclodiu. Aqil estudava na Universidade de Alepo mas, face aos constantes ataques terroristas, fugiu juntamente com dezenas de outros estudantes para a sua cidade natal, Qamishli, na província curda de Rojava. Mesmo assim, nem aí estava seguro.
Por azar, essa mesma localidade foi uma das primeiras a ser tomadas pelos jihadistas na sua demanda pela conquista do mundo. Enquanto tentava trabalhar a partir de casa como jornalista de vídeo, foi quando saiu de casa para uma entrevista de trabalho que acabou capturado.
Seguiram-se meses de tortura. “Os Jihadistas estavam à tua espera na autoestrada. Não sei se estavam concretamente à minha espera, mas estavam lá para apanhar pessoas”, começou por contar ao The Independent o antigo prisioneiro.
“Torturavam-nos e interrogavam-nos. Batiam-nos com barras de ferro ou madeira, eletrocutavam-nos e atavam-nos as mãos. A cada duas ou três horas, os guardas entravam na cela e diziam que nos iam cortar a cabeça ou enterrar-nos vivos”, continuou a descrever.
Depois de contar episódios como o facto de ter visto militantes do ISIS a serem mortos no local por ouvirem música do Ocidente, como Mettalica, Masoud Aqil descreve a vida que tem hoje. Juntou-se, em 2015, a um dos muitos grupos de emigrantes que procurou uma vida melhor na Europa.
Hoje vive na Alemanha, depois de ter passado pela Turquia, Bulgaria, Sérvia, Croácia, Eslovénia e Austria. O seu pedido de asilo foi aceite e vive numa residência social, mas é um dos grandes aliados da polícia alemã.
Juntamente com a ajuda de jornalistas do Der Spiegel, Aqil vai fornecendo informações que recolheu durante o tempo de cativeiro, descreve o modus operandi dos jihadistas e navega pelas redes sociais, onde encontra possíveis ameaças.
“É melhor do que ficar calado no meu canto e dizer que não me importo com o que possa acontecer. Estou a fazer o meu melhor para ajudar as autoridades com tudo o que sei e dar o melhor uso à informação que tenho. Eu só quero ajudar, é o meu agradecimento à Alemanha por me acolher”, disse o sírio por fim à publicação britânica.
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