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Países africanos não podem esperar que toda a gente lhes pague tudo

A coordenadora do ChinaLogus - Business Knowledge & Relationship with China, Fernanda Ilhéu, considerou hoje em entrevista à Lusa que "os países africanos não podem esperar toda a vida que toda a gente lhes pague tudo", defendendo a diversificação económica.

Países africanos não podem esperar que toda a gente lhes pague tudo
Notícias ao Minuto

06:48 - 09/10/16 por Lusa

Mundo Fórum

Os países lusófonos africanos "não podem esperar toda a vida que toda a gente lhes pague tudo", disse a professora do ISEG nas vésperas da quinta edição do Fórum Macau, salientando que a crise económica que afeta os produtores de matérias-primas obriga a uma diversificação da economia e a olhar para exemplos regionais de aposta noutras áreas da economia.

"Devem olhar para a experiência da China e também dos países árabes, alguns tinham o mesmo problema, o petróleo brotava facilmente e de repente começaram a fazer cidades fantásticas, e esse modelo tem de ser seguido pelos países africanos, não vão esperar toda a vida que toda a gente lhes pague tudo", defendeu Fernanda Ilhéu, exemplificando com a realização dos All African Games por Moçambique, em 2011.

"Esses jogos foram praticamente pagos 50%/50% pelo governo chinês e português, porque Moçambique quis fazer os jogos, e foi com certeza bom ter feito, mas depois não havia dinheiro. E de onde veio o dinheiro? De empréstimos, de construção, nomeadamente da China, que fez o novo aeroporto de Maputo, o estádio, estradas à volta, e toda uma condição de infraestruturas e ainda cerca de 150 casas perto do estádio para serem usadas pelos empregados mas que acabaram por ser os escritórios da comissão organizadora dos jogos", lembrou a professora do ISEG, que viveu 18 anos em Macau.

"Estamos aqui todos para ajudar os países africanos a desenvolverem-se mas não podemos eternamente estar neste jogo porque nós também temos problemas; Portugal emprestou 152 milhões de dólares (135,7 milhões de euros) em altura de crise. É muito dinheiro, já não são trocos, e mesmo a China, que tem muita liquidez, tem muita gente crítica, que começa a analisar estas coisas, tem de haver cooperação conjunta", vincou a professora do ISEG.

Estes países, concluiu, "não podem basear a sua riqueza e desenvolvimento numa monocultura ou monoprodução, têm que ter diversificação equilibrada, e compete a estes países perceberem os sinais que estão a ser dados e conseguirem entrar noutra fase do desenvolvimento".

O Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau, foi criado por Pequim, em 2003, e reúne a nível ministerial a cada três anos.

A próxima conferência, que será a quinta, realiza-se de 11 a 12 de outubro, e será a que terá a maior delegação de alto nível, juntando cinco chefes de Governo.

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