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Detido principal opositor na Zâmbia por "incitação à insurreição"

O candidato derrotado nas eleições presidenciais da Zâmbia de agosto, Hakainde Hichilema, foi detido na quarta-feira por "incitação à insurreição" e "assembleia ilegal", anunciou a polícia.

Detido principal opositor na Zâmbia por "incitação à insurreição"
Notícias ao Minuto

07:16 - 06/10/16 por Lusa

Mundo Polícia

Hakainde Hichilema, que contestou o resultado das eleições, foi detido com o seu "número dois" no Partido Unido pelo Desenvolvimento Nacional, Geoffrey Mwamba.

Os dois são acusados de "incitação à insurreição" e de ter organizado uma "assembleia ilegal" a 26 de setembro em Mpongwe, uma cidade do centro do país, situada no coração da região mineira de Copperbelt, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) um responsável da polícia local, Charity Katanga.

Segundo a mesma fonte, os dois detidos comparecerão hoje perante um juiz.

Por outro lado, revelou que foram também detidos cerca de 60 membros da oposição que protestavam contra a detenção dos dois homens.

Hichilema e Mwamba foram proibidos na semana passada de visitar militantes da oposição que estão presos na mesma região, tendo acabado por se encontrar com familiares.

O Tribunal Constitucional (TC) da Zâmbia indeferiu a 05 de setembro o pedido de anulação dos resultados eleitorais apresentado por Hichilema, abrindo caminho à tomada de posse de Edgar Lungus, na chefia do Estado desde janeiro de 2015.

Hakainde Hichilema, conhecido popularmente por "HH", perdeu as eleições presidenciais de 11 de agosto último por cerca de 100 mil votos e contestou os números da votação, alegando que a lentidão da contagem de votos levou à manipulação dos dados, processo que, no entanto, não deu entrada no TC nos 14 dias de prazo disponíveis na lei.

Edgar Lungu, candidato da Frente Patriótica (PF), foi reeleito à primeira volta com 1,86 milhões de votos (50,35%), contra 1,66 milhões (47,63%) para Hichilema, do Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional (UPND). Sete outros candidatos partilharam cerca de 40.000 votos.

A Zâmbia é conhecida pela sua relativa estabilidade política, apesar de a campanha eleitoral das presidenciais de agosto ter ficado marcada por diversos confrontos entre apoiantes da PF e da UPND, que causaram pelo menos três mortos e vários feridos.

Edgar Lungu, 59 anos, acedeu à chefia do Estado em janeiro de 2015 após uma eleição antecipada para designar um Presidente que acabasse o mandato de Michael Sata, que morreu no exercício de funções em outubro de 2014.

Foi eleito para um mandato de cinco anos e terá de enfrentar a crise económica na Zâmbia, atingida pela queda do preço do cobre, do qual é o segundo produtor africano, aumento do desemprego e uma inflação que superou já os 20%.

Hakainde Hichilema, 54 anos, é um empresário de sucesso que falhou pela quinta vez a conquista da presidência.

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