Comissão dos Direitos Humanos preocupada com aumento da criminalidade
A presidente da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC) de Cabo Verde mostrou-se hoje preocupada com o aumento da criminalidade e afirmou que o problema só pode ser resolvido em sintonia com todas as entidades.
© Lusa
Mundo Cabo Verde
Segundo o relatório anual sobre a situação da justiça em Cabo Verde divulgado pelo Ministério Público, entre 1 de agosto de 2015 e 31 de julho de 2016, o país registou 120 homicídios, concluindo que a criminalidade aumentou 6,7% relativamente ao ano anterior.
Também registou 504 crimes sexuais e mais de 13 mil crimes contra o património, sobretudo na cidade da Praia, a capital do país, onde, segundo o diretor da Polícia Nacional, Emanuel Estaline, a criminalidade aumentou 08% no primeiro semestre deste ano.
"São dados muito preocupantes e a Comissão tem estado sempre muito atenta a este tipo de ocorrências e sempre que temos conhecimento destas situações procuramos saber o que é que se está a fazer", afirmou Zaida Freitas, indicando que há situações em que a comissão encaminha as pessoas para entidades e instituições que possam ajudar a resolver o seu problema.
"Não nos limitamos a fazer esse encaminhamento, procuramos saber qual é o desfecho, sempre acompanhado no sentido de saber que resolução é que foi dada a estes casos", prosseguiu a responsável, que falava aos jornalistas após um encontro com o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.
Segundo Zaida Freitas, que tomou posse como presidente da CNDHC há menos de dois meses, o problema da criminalidade em Cabo Verde só se resolve se todas as entidades estiverem "em sintonia", com as mesmas preocupações e objetivos.
"Há que fazer um bom diagnóstico e definir estratégias e atacar com veemência alguns fenómenos que têm vindo a acontecer e que muitas vezes estão relacionados com questões sociais e económicas que é a grande fragilidade que nós temos em Cabo Verde", salientou.
Para Zaida Freitas, é preciso também "delinear diretrizes muito bem definidas e estabelecer prioridades" no combate à criminalidade em Cabo Verde.
Na semana passada, o primeiro-ministro disse que o Governo vai aprovar brevemente medidas em Conselho de Ministros para "atacar de frente" a problemática da criminalidade e da insegurança urbana no país.
O ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Elísio Freire, informou hoje que as medidas serão anunciadas na próxima sexta-feira, em reação ao Índice Ibrahim de Governação Africana 2016 divulgado segunda-feira, em que a segurança é uma das categorias em que o país regrediu.
Um grupo de jovens organizou sábado uma marcha silenciosa pela paz e pala não-violência em Ponta d'Água, um dos bairros mais problemáticos da capital cabo-verdiana e onde se tem registado mais cados de homicídios, roubos e assaltos à mão armada.
Segundo um estudo da Afrosondagem divulgado no ano passado, a criminalidade e a insegurança figuram entre os mais graves problemas sociais que afligem a vida dos cidadãos cabo-verdianos, sobretudo nos principais centros urbanos do país.
No mesmo estudo concluiu-se que a perceção da insegurança é real em Cabo Verde, com uma parte expressiva da população (36 por cento) a afirmar que sente-se insegura ao caminhar no seu próprio bairro e 27% assegura que sentiram medo de crimes dentro da sua própria casa.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com