Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 12º MÁX 24º

Países africanos precisam de dar prioridade à segurança marítima

Muitos Estados africanos ainda estão focados na economia terrestre e têm pouca consciência da importância da segurança marítima, lamentou hoje em Londres o embaixador Joaquim Ferreira Marques, Representante Especial de Portugal para a Segurança Marítima.

Países africanos precisam de dar prioridade à segurança marítima
Notícias ao Minuto

14:36 - 04/10/16 por Lusa

Mundo Segurança

"Um problema importante para resolver é que muitos governos estão insuficientemente conscientes do potencial de setores como o transporte marítimo, pescas ou a exploração do petróleo 'offshore'", afirmou durante a conferência "Assegurar a Segurança Marítima de África para o Desenvolvimento: Sustentabilidade e a Economia Azul", promovida pelo Instituto Real de Relações Internacionais (Chatham House).

O coordenador da presidência do Grupo de Amigos do Golfo da Guiné (G7++) sublinhou a importância de os Estados da região do Golfo da Guiné tomarem medidas próprias e estabelecer mecanismos rápidos para lidar com as ameaças no mar, como a pirataria marítima.

Entre as prioridades, o diplomata destacou a necessidade de desenvolver "meios tecnológicos, a coordenação entre diferentes atores e iniciativas e uma forte vontade política para alcançar resultados" e referiu que alguns Estados já estão a aplicar medidas com o apoio de organizações internacionais.

Porém, alertou para desafios à segurança marítima no Golfo de Guiné, nomeadamente o tráfico de drogas, armas e pessoas e o crescente reforço de capacidades e armamento dos piratas na região, que têm aumentado a violência de ataques, usando metralhadoras ou lança-granadas.

"O que acontece no Golfo da Guiné atinge não só os países da região mas todo o resto do mundo", enfatizou o embaixador Joaquim Ferreira Marques, alertando para a necessidade de uma "abordagem holística" e um empenho da comunidade internacional, pois muitos mais países envolvidos na economia e transporte marítimo são afetados pela insegurança naquelas águas.

Porém, salientou que "a possibilidade de intervenção militar internacional como a que existiu na Somália não parece possível", ao mesmo tempo que manifestou o receio que um reforço de capacidade de defesa marítima dos países do Golfo da Guiné resulte em riscos de segurança devido à instabilidade política na região.

A presidência portuguesa do G7++, que visa a cooperação para assegurar a estabilidade da região, a segurança marítima e a liberdade de navegação, pretende mobilizar tantos os países e entidades da região como organizações internacionais.

A próxima reunião do G7++ terá lugar em Cabo Verde no final de novembro para discutir os resultados da Cimeira Extraordinária da União Africana de chefes de Estado e de Governo sobre a Segurança Marítima e Desenvolvimento em África, a 15 de outubro, no Togo, cujo objetivo é produzir um roteiro com recomendações de políticas viáveis para incentivar a emergência de uma economia azul na África.

O seminário de hoje, que reuniu representantes de países e do setor privado, especialistas, membros de organização não-governamentais, visou discutir a necessidade do empenho das diversas partes interessadas para garantir o progresso no estabelecimento do mar como um fator-chave de desenvolvimento para o continente Africano.

A propósito da economia azul e da segurança marítima, abordaram-se temas como o crime organizado, a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (pesca INN), conservação marinha e a importância do planeamento do desenvolvimento para permitir que o espaço marítimo desempenhe um papel no desenvolvimento económico da África.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório