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Israel critica declarações do Presidente das Filipinas sobre Hitler

Israel criticou hoje as declarações do Presidente filipino, Rodrigo Duterte, que na sexta-feira estabeleceu um paralelismo entre a sua campanha contra a criminalidade e a política de extermínio de judeus de Adolf Hitler.

Israel critica declarações do Presidente das Filipinas sobre Hitler
Notícias ao Minuto

16:52 - 01/10/16 por Lusa

Mundo Ernesto Abella

uma declaração infeliz e estamos confiantes de que o Presidente filipino irá encontrar uma forma para esclarecer os seus comentários", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, num comunicado.

Na sexta-feira, Rodrigo Duterte comparou-se a Adolf Hitler, declarando na mesma ocasião que desejava matar os três milhões de toxicodependentes que afirma existirem nas Filipinas.

"Hitler massacrou três milhões de judeus. Agora, há aqui três milhões de viciados. Gostaria de matá-los a todos", afirmou Duterte, em declarações aos jornalistas, de acordo com uma transcrição disponibilizada pela Presidência filipina.

Hoje, um porta-voz do Presidente filipino disse que Rodrigo Duterte não quis elogiar o líder nazi nem destacar o Holocausto como modelo para a sua violenta campanha contra o narcotráfico, que em três meses causou milhares de mortos.

"As Filipinas reconhecem o profundo significado da experiência judaica e a sua trágica e dolorosa história. Não queremos menosprezar a profunda perda de seis milhões de judeus no Holocausto", disse Ernesto Abella.

"A referência do Presidente ao massacre foi uma deflexão oblíqua à forma como tem sido retratado como um assassino em massa, um Hitler, um rótulo que rejeita", acrescentou o porta-voz.

Israel e as Filipinas estabeleceram relações diplomáticas e trocaram embaixadores no início da década de 1960. As Filipinas foram o único país asiático a votar em 1947 a resolução da ONU sobre a divisão da Palestina, que prevê nomeadamente a criação do Estado de Israel.

O populista Rodrigo Duterte, eleito em maio deste ano, classifica como "hipócritas" os Estados Unidos e a União Europeia (UE) devido às críticas contra a sua violenta campanha contra o tráfico de drogas.

Desde que tomou posse, em 30 de junho, mais de 3.330 pessoas foram mortas, muitas delas por civis encorajados pela retórica incendiária do Presidente filipino e que decidiram fazer justiça pelas próprias mãos.

Conhecido pela sua linguagem controversa, por vezes insultuosa, Duterte já esteve envolvido em algumas polémicas, como foi o caso do insulto dirigido ao Presidente norte-americano, Barack Obama, a quem chamou "filho de uma prostituta".

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