Justiça considera ilegal referendo sobre acolhimento de migrantes
A autarquia de Allex, uma cidade no sul de França, anulou hoje um referendo local sobre a abertura pelo Estado de um centro de acolhimento para migrantes no município, já que a justiça considerou a consulta ilegal.
© Reuters
Mundo França
"Diante da intransigência do Estado e com constrangimento anulo hoje o escrutínio", declarou o autarca Gérard Crozier, numa conferência de imprensa, acrescentando que está "muito amargurado".
O tribunal administrativo de Grenoble determinou, na sexta-feira, que os abrigos de urgência não estão dentro da jurisdição dos municípios e invalidou o referendo.
O referendo aconteceria hoje, no mesmo dia em que se realiza o referendo na Hungria contra o plano europeu de acolhimento dos refugiados.
As autoridades francesas abriram em 13 de setembro em Allex, cidade com 2.500 habitantes, um centro de acolhimento destinado a acolher 50 pessoas que estavam em Calais, no norte de França, onde se concentram neste momento milhares de migrantes e refugiados.
Os primeiros 11 migrantes chegaram na semana passada a Allex e são originários do Afeganistão, Iraque e Sudão. Os migrantes foram acolhidos num antigo castelo, que está relativamente distante da cidade.
O presidente da região Auvergne-Rhône-Alpes, Laurent Wauquiez (igualmente presidente interino do Partido Republicano), apelou em meados de setembro para que os autarcas recusassem acolher os migrantes de Calais, denunciando o risco de multiplicação nos seus territórios da situação que ocorre na cidade do norte de França.
Esta região tem perto de oito milhões de habitantes e deve acolher cerca de 1.784 que virão de Calais, segundo o plano de divisão do acolhimento de migrantes do Governo francês.
O autarca de Allex, que tem a sua população dividida sobre a questão do acolhimento de refugiados, anunciou a sua intenção de "retomar a consulta com a população por outros meios".
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