Temer alerta para risco de falência sem reformas fiscais profundas
O Presidente brasileiro Michel Temer advertiu hoje que o país corre o risco de entrar em falência se não forem aprovadas profundas reformas fiscais que restrinjam os gastos públicos.
© Reuters
Mundo Brasil
Falando num fórum em São Paulo, afirmou que o Congresso precisa aprovar uma lei para limitar os gastos públicos, já que sem esta mudança a dívida pública tende a crescer até que o país não consiga mais pagar as suas dívidas.
"A aprovação [da lei que estipula um teto para os gastos do Governo] é fundamental para evitarmos a espiral inflacionária e a recessão. A dívida pública poderá atingir 100 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, ou antes. Seria a falência do Estado brasileiro", disse ele.
Michel Temer, que assumiu a Presidência após a destituição de Dilma Rousseff em agosto, vem declarando publicamente que o seu único objetivo é restaurar a força da maior economia da América Latina.
Para passar este projeto de lei ele sabe vai precisar de aprovação dos senadores e deputados federais.
Mostrando-se confiante de que conseguirá aprovar as medidas, o Presidente brasileiro declarou que "o Congresso hoje é muito consciente de que ele precisa cooperar com o executivo, para que possamos sair desta crise."
Michel Temer também procurou tranquilizar os brasileiros sobre as medidas de austeridade dizendo que o governo não quer amentar a carga fiscal e que as pessoas mais vulneráveis seriam protegidas.
No Brasil existem sinais ténues de que a recuperação económica pode estar a caminho, como a alta da confiança do consumidor e a indicação de que a inflação começou a cair. Por outro lado, o país também foi surpreendido por dados negativos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou hoje que 12 milhões de pessoas estão sem trabalho, número que significa uma taxa de desemprego de 11,8%.
Temer comentou os dados sobre o aumento do desemprego dizendo que a culpa é de seus antecessores.
"A má gestão das contas públicas não fica impune. Entre as suas vítimas estão o emprego, o crescimento e a carteira do trabalhador", concluiu ele.
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