Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
19º
MIN 13º MÁX 24º

Migrações: "UE ainda não cumpriu totalmente as suas obrigações"

A União Europeia (UE) ainda não cumpriu totalmente as suas obrigações no âmbito do acordo com a Turquia sobre migrações, em particular a liberalização dos vistos, referiam em Ancara fontes diplomáticas a jornalistas de diversos países europeus.

Migrações: "UE ainda não cumpriu totalmente as suas obrigações"
Notícias ao Minuto

13:40 - 30/09/16 por Lusa

Mundo Diplomata

"O objetivo de travar a imigração ilegal no mar Egeu registou grandes progressos. Os campos de refugiados reduziram-se e o fluxo [no mar Egeu] passou de 7.000 imigrantes diários no final de 2015 para 100 pessoas atualmente", assinalaram os responsáveis diplomáticos numa referência ao acordo Turquia-UE anunciado em 18 de março.

"Mas neste aspeto, a UE deve agora cumprir as suas obrigações. A liberalização dos vistos, esperamos que a União Europeia cumpra com as suas obrigações", avisaram.

Em março, a UE comprometeu-se a conceder 3.000 milhões de euros até 2017, e outros 3.000 milhões em data posterior, em troca da colaboração de Ancara na contenção da chegada de imigrantes em situação irregular e de refugiados ao espaço comunitário.

Bruxelas anuiu ainda a uma exigência da Turquia e admitiu a isenção dos vistos para os cidadãos turcos que pretendam entrar no espaço comunitário, sob determinadas condições.

"O limite é outubro para o anúncio da 'luz verde' para a liberalização de vistos", assinalam.

"Os fundos negociados com a UE e nos termos desse acordo será canalizado para os refugiados sírios. Mas Bruxelas apenas transferiu até ao momento 467 milhões de euros, fundos essencialmente destinados a projetos dirigidos a menores e crianças. E na Turquia já foram construídos 12.000 edifícios escolares apenas para os refugiados sírios", precisam.

Os responsáveis oficiais turcos recordam ainda que neste momento, na Europa, "estão registados 1.600 migrantes, um número muito reduzido...".

O "protocolo" entre Ancara e Bruxelas prevê que os países da União aceitem a "recolocação" de um refugiado sírio por cada migrante ou refugiado que tenha chegado ilegalmente às costas da Grécia, e que deverá ser "devolvido" à Turquia.

A Turquia, que recebeu pelo menos 2,7 milhões de refugiados sírios em fuga de uma guerra violenta e sectária iniciada em 2011, também considera que o fim deste drama implica uma abordagem "à origem, às raízes deste problema" que imponha o "fim desta crise e mesmo que também existam muitos refugiados vindos do Afeganistão".

Ancara esgrime os seus argumentos: diz que tem mantido proteção e assistência aos refugiados, que cerca de 300 mil crianças sírias frequentam escolas na Turquia, que já concedeu 15.000 licenças de trabalho a cidadãos sírios, que pretende simplificar o processo de concessão da nacionalidade.

Em paralelo, o Governo turco já estabeleceu acordos de readmissão de migrantes com 14 países, e que implicam o seu "reenvio" para o país de origem. No entanto, a diplomacia turca sabe que apenas o regresso da paz às regiões do Médio Oriente com que faz fronteira poderá travar o instável e imprevisível fluxo das migrações.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório