Líder socialista da Andaluzia diz que vai ajudar "a coser" partido
A líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) na Andaluzia garantiu hoje que esta federação vai ajudar a "coser, unir, restabelecer a fraternidade" da formação política.
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Mundo Susana Díaz
Susana Díaz advertiu que os militantes não vão perdoar que se tenham posto "os interesses pessoais" à frente do PSOE.
Recebida com uma enorme ovação antes de intervir na comissão diretiva do PSOE-A, Díaz enviou "uma mensagem de tranquilidade", garantindo que os socialistas andaluzes "vão estar à altura", sem poupar quaisquer críticas.
A líder socialista andaluza lamentou quem ficou "cego com as luzes dos novos partidos e perdeu a perspetiva".
"Cada vez que fomos às urnas, o resultado piorou", declarou Díaz, exigindo um "debate profundo" e não "à pressa e a correr", porque "agora é Espanha e depois o PSOE".
A secretária-geral do PSOE andaluz e presidente do governo regional criticou o partido Podemos, garantindo que "não podem fazer com os socialistas o que fizeram com a IU".
Díaz acusou o Podemos de "más práticas" e "ingerências descaradas e coisas graves" na localidade de Órgiva para apoiar o PP e fazer cair a autarca socialista na Extremadura e Castela-Mancha.
Também respondeu ao secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, para negar que existam "grupos" entre os socialistas.
"Para mim, não há socialistas de esquerda ou de direita", afirmou.
A intervenção de Susana Díaz realizou-se depois de Sánchez ter proposto a eleição, a 23 de outubro, de um novo secretário-geral e de uma nova direção e a convocação de um congresso extraordinário a 12 e 13 de novembro.
Em comunicado, a Comissão Executiva, que esteve reunida hoje em Madrid, anunciou ter convocado para este sábado um Comité Federal (órgão mais importante entre congressos) extraordinário para debater e votar esta proposta.
Um congresso extraordinário apenas pode decidir sobre a composição dos órgãos de direção do PSOE, enquanto o ordinário também toma decisões sobre a estratégia política para os próximos anos.
A luta interna no PSOE subiu hoje de tom, com Sánchez a recusar sair do lugar que ocupa, depois de o setor crítico do partido ter conseguido a demissão da maioria de membros da Comissão Executiva, o que devia precipitar a queda da direção.
Os restantes partidos políticos espanhóis esperam pela definição dentro do PSOE para poderem trabalhar na busca de uma solução para o atual impasse na escolha de um novo Governo que evite a convocação de novas eleições.
O PSOE tem vivido uma crise interna, que agora se agravou, depois de ter visto diminuir a sua base de apoio nas últimas eleições e de ter impedido o PP (Partido Popular, de direita) de formar Governo sem ter conseguido apresentar uma alternativa viável.
Depois das críticas de vários dirigentes regionais, a posição de Pedro Sánchez ficou ainda mais enfraquecida após ser conhecido o resultado das eleições de domingo na Galiza e no País Basco, em que os socialistas recuaram para posições historicamente baixas.
Se o impasse político em Madrid não for desbloqueado até 31 de outubro próximo, o rei Felipe VI terá de dissolver o parlamento e convocar novas eleições.
Se isso acontecer, serão as terceiras eleições legislativas que se realizam no espaço de um ano, depois de na primeira consulta, em 20 de dezembro de 2015, e na segunda, em 26 de junho deste ano, as quatro principais forças políticas espanholas (PP, PSOE, Unidos Podemos e Ciudadanos) não terem conseguido chegar a um acordo para formar um Governo estável em Espanha.
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