PSOE: Sánchez propõe avanço de congresso e diz-se "aberto ao consenso"
O líder do PSOE, Pedro Sánchez, propôs a eleição em 23 de outubro de um novo secretário-geral e uma nova direção dos socialistas espanhóis e a convocação de um congresso extraordinário a 12 e 13 de novembro.
© Reuters
Mundo Espanha
A Comissão Executiva leal a Sánchez, que esteve reunida hoje em Madrid, afirmou através de um comunicado que convocou para este sábado um Comité Federal (órgão mais importante entre congressos) extraordinário para debater e votar esta proposta, sublinhando estar "aberta ao consenso".
Este órgão diretivo, que para os críticos já devia estar dissolvido, mas que se reuniu hoje com os membros mais leais a Sánchez, modificou assim a ordem do dia do Comité Federal que já estava marcado.
A intenção de Pedro Sánchez de realizar um congresso (extraordinário) quanto antes choca com a estratégia do setor crítico da direção socialista que também quer a convocação de um congresso (ordinário), mas apenas para depois da formação de um novo Governo em Espanha.
Um congresso extraordinário apenas pode decidir sobre a composição dos órgãos de direção do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), enquanto o ordinário também toma decisões sobre a estratégia política para os próximos anos.
A luta interna no PSOE subiu hoje de tom, com o secretário-geral, Pedro Sánchez a recusar sair do lugar que ocupa, depois do setor crítico do partido ter conseguido a demissão da maioria de membros da Comissão Executiva, o que devia precipitar a queda da direção.
A secretaria da Organização do PSOE, afecta a Pedro Sánchez, considerou hoje nula a convocação pelo setor crítico da Comissão de Ética e Garantias, argumentando que se trata de uma convocação unilateral que não cumpre os regulamentos.
Os críticos pretendiam que esta comissão confirmasse que a demissão da maioria da comissão executiva implica o afastamento de toda a direção, incluindo a de Pedro Sánchez, e a convocação de um congresso para escolher um novo líder.
Segundo os estatutos do partido, a Comissão de Ética e Garantias só pode ser convocado pela sua presidente, María Isabel Celaá, que ainda não o fez e é vista como apoiante do secretário-geral.
Entretanto, esta manhã, a presidente da Comissão do Comité Federal (o órgão decisório máximo entre congressos) dos socialistas, Verónica Pérez, defendeu para si a condição de ser atualmente a única autoridade no partido depois da demissão quarta-feira de 17 membros da comissão executiva e dissolução dessa direção.
Verónica Pérez também pediu a convocação urgente da Comissão de Ética e Garantias para esclarecer a situação existente e afirmou esperar que ninguém estivesse sequestrado, uma alusão direta à presidente desse órgão que evita falar com ela, não lhe atendendo o telefone.
Os restantes partidos políticos espanhóis esperam pela definição dentro do PSOE para poderem trabalhar na busca de uma solução para o atual impasse na escolha de um novo Governo que evite a convocação de novas eleições.
O PSOE tem vivido uma crise interna, que agora se agravou, depois de ter visto diminuir a sua base de apoio nas últimas eleições e de ter impedido o PP (Partido Popular, de direita) de formar Governo sem ter conseguido apresentar uma alternativa viável.
Depois das críticas de vários dirigentes regionais, a posição de Pedro Sánchez ficou ainda mais enfraquecida após ser conhecido o resultado das eleições de domingo na Galiza e País Basco em que os socialistas recuaram para posições historicamente baixas.
Se o impasse político em Madrid não for debloqueado até 31 de outubro próximo, o rei Felipe VI terá de dissolver o parlamento nacional e convocar novas eleições.
Se isso acontecer, serão as terceiras eleições legislativas que se realizam no espaço de um ano, depois de na primeira consulta, em 20 de dezembro de 2015, e na segunda, em 26 de junho deste ano, as quatro principais forças políticas espanholas (PP, PSOE, Unidos Podemos e Ciudadanos) não terem conseguido chegar a um acordo para formar um Governo estável em Espanha.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com