"Donald insultou constantemente os muçulmanos aqui e no estrangeiro"
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, acusou Hillary Clinton de deixar um rasto de caos no Médio Oriente quando foi secretária de Estado, enquanto a sua rival criticou o "desprezo" do milionário pelos muçulmanos.
© Lusa
Mundo Clinton
"Olhamos para o Médio Oriente, é o caos total, [e foi] durante a sua liderança, em larga medida", disse Trump esta madrugada, durante o primeiro debate entre os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro.
A democrata Hillary Clinton defendeu, por seu lado, a importância de trabalhar com as comunidades muçulmanas, "dentro e fora" dos Estados Unidos, para combater o terrorismo.
Clinton criticou o "desprezo" do seu rival pelos muçulmanos e defendeu que esta comunidade é uma importante aliada e pode ter um papel fundamental na disponibilização de informação sobre células terroristas, também no Médio Oriente.
"Donald insultou constantemente os muçulmanos aqui e no estrangeiro (...) Eles podem dar-nos informação que mais ninguém pode", assegurou a ex-secretária de Estado durante o debate na Universidade de Hofstra (Nova Iorque).
Durante a sua campanha, Trump apelou à proibição temporária da entrada no país de todos os muçulmanos.
O republicano assegurou ainda que nunca apoiou a invasão do Iraque e acusou a imprensa de fabricar esse apoio.
O magnata acusou o atual Presidente, Barack Obama, e a sua administração, de que fazia parte Hillary Clinton, de promover o aparecimento do grupo extremista do Estado Islâmico ao sair do Iraque em 2011.
Segundo Trump, Obama deve deixar cerca de "dez mil soldados ou mais" para manter a estabilidade no país e proteger, por exemplo, a infraestrutura petrolífera, cuja exploração encheu os cofres dos extremistas.
Clinton recordou que a saída das tropas foi fruto de um acordo assinado pelo então Presidente, George W. Bush, e o Governo do Iraque, no qual Obama não esteve envolvido.
"Donald apoiou a guerra do Iraque", atirou a democrata, sendo interrompida por Trump que afirmou repetidamente "errado, errado, errado".
Nesse momento, o moderador, Lester Holt, recordou que, em 2002, Trump manifestou o seu apoio à guerra numa entrevista, ao que Trump respondeu que tal informação foi "inventada" pela imprensa.
Nessa entrevista, quando questionado sobre se apoiava a intervenção, Trump disse: "Suponho que sim", uma afirmação que hoje o candidato diz ter significado: "Quem sabe".
Durante o debate, Trump defendeu também afirmações anteriores em que questionou alianças de longa data dos Estados Unidos, como a do Japão, país que considera ter de pagar por esse apoio.
"Não podemos ser os polícias do mundo, não podemos proteger países em todo o mundo, onde não nos estão a pagar aquilo que precisamos", afirmou.
O republicano disse ainda que a democrata não tem "energia" suficiente para ser Presidente, depois de Clinton ter tido uma pneumonia.
"Não acredito que realmente tenha essa energia. Para ser Presidente deste país é preciso ter uma energia tremenda", afirmou.
Clinton respondeu: "Bom, quando ele viajar para 112 países e negociar acordos de paz, cessar-fogos, libertação de dissidentes (...) ou passar 11 horas a testemunhar perante um comité do congresso, então pode falar-me de energia".
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